2014-12-16 13:18:00

A Semana do Papa de 8 a 14 de dezembro


Dia 8

Esta semana começou com a Festa da Imaculada Conceição. O Papa Francisco recitou a oração do Angelus da Janela do Palácio Apostólico e deslocou-se à Praça de Espanha para rezar junto da Imagem de Nossa Senhora.

Na Praça de S. Pedro no Angelus o Papa Francisco afirmou que “como Maria, todos os cristãos saibam oferecer a Deus um ‘sim’ e dar-se aos outros como instrumentos de acolhimento, de reconciliação e de perdão”:

“Nenhum de nós pode comprar a salvação! A salvação é um dom gratuito do Senhor, um dom gratuito de Deus que vem em nós e habita em nós. Como recebemos gratuitamente, assim gratuitamente somos chamados a dar (…) Em que modo? Deixando que o Espírito Santo faça de nós um dom para os outros. O Espírito é dom para nós e nós, com a força do Espírito, devemos ser dom para os outros. Que nos faça tornar instrumentos de acolhimento, instrumentos de reconciliação e instrumentos de perdão.”

Na tarde do dia 8 de dezembro o Papa Francisco deslocou-se até à Praça de Espanha em Roma para rezar junto da Imagem da Imaculada Conceição. Na sua prece pediu que a graça prevaleça sobre o orgulho:

“Faz com que também em nós, teus filhos, a graça prevaleça sobre o orgulho e possamos tornar-nos misericordiosos como é misericordioso o nosso Pai celeste. Neste tempo que nos conduz à Festa de Natal de Jesus, ensina-nos a andar contra a corrente: a despirmo-nos, a baixarmo-nos, a doarmo-nos, a escutar, a fazer silêncio, a descentrarmo-nos de nós mesmos, para deixar espaço à beleza de Deus, fonte da verdadeira alegria.”

Dia 10

Quarta-feira, 10 de dezembro, na Praça de S. Pedro tudo se está a preparar para o Natal de Jesus. Numa manhã fria mas banhada por um generoso sol foram largos milhares os peregrinos que acolheram o Papa Francisco para a tradicional Audiência Geral. Tema da Catequese: a Assembleia Extraordinária do Sínodo dos Bispos sobre a Família do passado mês de Outubro – começando, assim, um ciclo de catequeses sobre a família. O Santo Padre começou, desde logo, por considerar o Sínodo sobre «os desafios pastorais da família, no contexto da evangelização»  como “um momento de grande liberdade, em que cada um expôs o seu pensamento com parresia e confiança”.

O Papa não deixou de declarar que “nenhuma intervenção colocou em discussão as verdades fundamentais do Sacramento do Matrimónio: a indissolubilidade, a unidade, a fidelidade e a abertura à vida”.

São três os documentos oficiais saídos do Sínodo – observou o Papa: “a Mensagem Final, o Relatório final e o discurso final do Papa”. Este é o ponto de chegada de toda a reflexão, tendo agora sido enviada às Conferências Episcopais para se pronunciarem sobre ela e enviarem as suas propostas ao Sínodo Ordinário dos Bispos sobre a família em Outubro do ano 2015.

No dia 10 foi apresentada no Vaticano a mensagem do Papa Francisco para o 48.º Dia Mundial da Paz do próximo 1 de janeiro de 2015. Titulo: ‘Nunca mais escravos, mas irmãos’ e é uma reflexão sobre a escravidão e o tráfico de pessoas.

Nesta Mensagem são elencadas várias “formas abomináveis de escravatura” como o tráfico de seres humanos, o comércio dos migrantes, a prostituição, o trabalho-escravo, a exploração de seres humanos e a “mentalidade esclavagista” para com as mulheres e as crianças.

Dia 11

Deus salva o seu povo não de longe, mas fazendo-se próximo e com ternura. Na homilia da missa celebrada na quinta-feira, dia 11 na Casa de Santa Marta, o Papa Francisco partiu da leitura do Profeta Isaías, fazendo uma comparação:

“A proximidade é tão grande que Deus se apresenta aqui como uma mãe que dialoga com a sua criança: uma mãe que quando canta a canção de ninar ao filho, faz voz de criança e faz-se pequena como ela, fala no seu mesmo tom a ponto de se passar por ridícula se alguém não entendesse o que de grande há ali: ‘Nada de medo, Jacó, pobre vermezinho’. Mas quantas vezes uma mãe diz essas coisas ao filho enquanto o acaricia? É a ternura de Deus. Está tão perto de nós que se expressa com esta ternura: a ternura de uma mãe”.

O Papa Francisco recordou na sua homilia os grupos que no tempo de Jesus queriam controlar a graça: os fariseus, escravizados pelas leis que pesavam “nas costas do povo”. Os saduceus, com os seus compromissos políticos; os essénios, “bons, muito bons, mas tinham medo, não arriscavam” e acabavam isolando-se nos seus mosteiros. Os zelotes, para quem a graça de Deus era a “guerra de libertação”, “outro modo de mercantilizar a graça”. 

O Santo Padre contou mesmo um pequeno episódio que lhe aconteceu quando uma mulher questionava a validade de uma Missa a que tinha ido num sábado à noite, para um casamento, que tinha leituras diferentes da de domingo. E a resposta não se fez esperar: ‘A senhora foi lá, recebeu a Comunhão, esteve com Jesus. Fique tranquila, o Senhor não é um comerciante, o Senhor ama, e está-lhe próximo”.  

“S. Paulo reage com força contra esta espiritualidade da lei. ‘Eu sou justo se fizer isso, isso e aquilo. Se não fizer, não sou justo’. Mas tu és justo porque Deus se aproximou de ti, acariciou-te, porque Deus te diz coisas bonitas, com ternura: esta é a nossa justiça, esta é a proximidade de Deus, esta ternura, este amor. Mesmo arriscando parecer ridículo, o nosso Deus é tão bom! Se nós tivéssemos a coragem de abrir o nosso coração a esta ternura de Deus, quanta liberdade espiritual teríamos, quanta! Hoje, se tiverem tempo, em casa, peguem na Bíblia, Isaías, capítulo 41, versículos de 13 a 20, e leiam. A ternura de Deus, este Deus que nos canta a cada um de nós uma canção de ninar, como uma mãe”. 

Dia 12

Era de festa o ambiente na Basílica de S. Pedro no final da tarde de sexta-feira dia 12 de dezembro. O Papa Francisco presidiu à celebração eucarística por ocasião da Festa de Nossa Senhora de Guadalupe e na sua homilia deixou uma mensagem clara: a América Latina é o continente da esperança. Os cantos da Misa Criolla do compositor argentino Ariel Ramirez animaram a celebração.

Na sua homilia, proferida em espanhol, o Papa Francisco começou por referir que Nossa Senhora de Guadalupe “converteu-se na grande missionária que levou o Evangelho à nossa América”. O Santo Padre afirmou ainda que pela intercessão da Santa Mãe de Deus a fé cristã passou a ser o mais rico tesouro dos povos americanos, pois Nossa Senhora não apenas visitou estes povos mas com eles quis permanecer:

O Santo Padre na sua homilia afirmou as Bem-aventuranças como síntese primordial da mensagem evangélica que nos faz sentir “impulsionados a pedir que o futuro da América Latina seja forjado pelos pobres e por aqueles que sofrem, pelos humildes, por aqueles que têm fome de justiça, pelos piedosos, pelos puros de coração, por aqueles que trabalham pela paz, pelos perseguidos por causa do nome de Cristo, porque “deles será o reino dos Céus”. Uma exortação do Papa Francisco para uma América Latina que é continente da esperança:

“Fazemos esta exortação porque a América Latina é o “continente da esperança”, porque para ela esperam-se novos modelos de desenvolvimento que conjuguem tradição cristã e progresso civil, justiça e igualdade com reconciliação, desenvolvimento científico e tecnológico com sabedoria humana. Sofrimento fecundo com alegria esperançosa. É possível tutelar esta esperança somente com grandes doses de verdade e de amor, fundamentos de toda a realidade, motores revolucionários de uma autêntica vida nova.”

Dia 14

Ao meio-dia deste domingo dia 14 de dezembro o Papa Francisco recitou o Angelus da Janela do Palácio Apostólico. Começou por recordar que o Advento neste III Domingo propõe-nos como atitude a alegria. Mas qual é a alegria que o cristão é chamado a viver e a testemunhar? – perguntou o Santo Padre:

 

“É aquela que vem da proximidade de Deus, da sua presença na nossa vida. Desde que Jesus entrou na nossa história, com o seu nascimento em Belém, a humanidade recebeu o gérmen do Reino de Deus, como um terreno que recebe a semente, promessa de uma colheita futura. Não é preciso procurar noutro sítio! Jesus veio trazer a alegria a todos e para sempre. Não se trata de uma alegria apenas experimentada e reenviada ao Paraíso mas uma alegria real e experimentável agora, porque Jesus é , Ele próprio, a nossa alegria e a nossa paz.”

 

“Com Jesus a alegria é de casa.”

 

Nas palavras que dirigiu à grande multidão presente na Praça de S. Pedro logo a seguir à oração do Angelus, o Papa Francisco saudou sobretudo as crianças romanas que vieram ao encontro do Papa para a tradicional benção dos “bambinelli”, pequenas imagens do Menino Jesus que é organizada pelo Centro dos Oratórios Romanos. O Papa dirigiu-lhes algumas palavras e ofereceu-lhes um presente:

 

“Queridas crianças, agradeço-vos a vossa presença e desejo-vos um bom Natal! Quando rezardes em casa, junto ao vosso presépio, recordai-vos de mim, como eu me recordo de vós. A oração é a respiração da alma: é importante encontrar momentos do dia para abrir o coração a Deus, mesmo com simples e breves orações do povo cristão. Por isso, hoje pensei de dar-vos um presente a todos vós que estais aqui na Praça: um pequeno livrinho de bolso que tem algumas orações, para os vários momentos do dia e para as diferentes situações da vida. Alguns voluntários vão distribuí-lo. Peguem num e levai-o sempre convosco, como ajuda para viver todo o dia com Deus.”

E com o Angelus deste domingo terminamos esta síntese das principais atividades do Santo Padre que foram notícia de 8 a 14 de dezembro. Esta rubrica regressa na próxima semana sempre aqui na RV em língua portuguesa. (RS)

 








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