2014-12-08 11:25:00

Comunidade Jesus Menino, 25 anos ao serviço da vida


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É uma alegria estar aqui falando para a Rádio, na Rádio vaticano, para os povos de língua portuguesa, o povo de Portugal, todo o povo da África que nos acompanha em língua portuguesa, para levar a nossa mensagem. Foi uma providência de Deus pedir este programa , está chegando ao seu coração agora uma providência fantástica, só Deus faria isto acontecer.

Nós somos a Comunidade Jesus menino, uma obra de leigos consagrados e consagradas que temos o carisma fundamental de adoptar as pessoas com deficiências e criá-las como filhos em família e em comunidade. Então é uma obra que já tem vinte e cinco anos no Brasil, vinte e cinco anos de fundação, por isso estamos hoje em Roma para onde viemos receber a bênção do Papa Francisco e dar inicio a mais vinte e cinco anos de missão e obra. Então a nossa alegria assim grande é de defender a vida, de ser homens e mulheres no mundo, pertencentes à Igreja Católica Apostólica Romana, não como uma instituição clínica, nem um orfanato, mas uma obra de Deus, uma obra católica, onde homens e mulheres fazem uma vivência de experimentar o Evangelho no dia a dia como família, sendo um sinal de vida, mas também sendo um sinal da família de Nazaré, porque somos consagrados, homens e mulheres que não são casados.

Existe um ramo dos casados, mas o ramo que cuida da casa, que vive nas casas, é constituído por celibatários como Maria e José, que experimenta esta maternidade e esta paternidade no dia a dia. Lavando, passando, cozinhando, indo à feira, mexendo na horta, dando banho, levando ao hospital, vendo nascer como Maria e José vêem Jesus no presépio, também vendo morrer, quando eles morrem, nós sentimos que aí vem a cruz.

Como decorre um dia modelo na Comunidade Jesus Menino, o dia a dia quotidiano?

O quotidiano é muito bonito, porque nós temos às 7 horas da manhã a celebração da palavra e a missa, e depois as laudes e depois temos o café, depois participamos do trabalho do dia a dia, então, como é uma obra religiosa de leigos ela tem a sua função de viver o social, quer dizer, o dia a dia, mas também a vida para Deus, então nós temos seis momentos de oração por dia, aonde as famílias se recolhem para adorar, se recolhem para rezar, é o terço da providência, é o terço da misericórdia, é as completas da noite, as laudes da manhã, as vésperas, o Angelus ao meio dia e os filhos da comunidade, mesmo que estão acamados, mesmo os que são autistas, mesmo os que têm a paralisia cerebral severa, todos estão envolvidos neste mesmo estilo.

É um grande sitio, as casas são grandes sítios, são pequenas cidadelas aonde eles vivem em comunidade, então é assim, é um dia bonito porque a gente troca trabalhos juntos,  você é capaz, padre, de carregar um saco de roupa com alguém que só tem um braço; você é capaz de ouvir orações bonitas como a do Filipe que é cego e não vê. Então nós falamos que o quotidiano é feito de valores, aonde eu não tenho nada, mas dou do meu tudo, então é um complemento e eu percebo que neste quotidiano o maior deficiente sou eu, porque a pessoa com deficiência  não tem deficiência, ela tem aparentemente uma deficiência, você conhece deficientes, você olha para a pessoa como Filipe de óculos escuros, ele é cego, você observa um jovem que está numa cadeira de rodas, ele é cadeirante, não anda, mas tem um coração que enxerga a gente, esses meninos enxergam e Deus enxerga o coração deles (agora só com os nossos corações as pessoas não enxergam), nós estamos aqui de feitio, por lado de fora bonitos e as vezes não somos bonitos por dentro, então isso ai eles nos ensinam e nós temos no dia a dia uma frase de São João da Cruz que é muito reflexiva: tudo aquilo que Deus retirou do interno, Deus planificou no externo, cá por dentro. Então nós não somos o que nós somos no rosto, nós somos o que somos na alma, no coração. Isso ai, nossa alma, vive fazendo isso.

Onde é que estão presentes no Brasil?

No Rio. No Brasil nós estamos presentes em Brasília, que é a capital do Brasil e estamos presentes no Rio de Janeiro, Petrópolis, uma cidade que tem 80 kms  do Rio a Petrópolis, nós ficamos na montanha, uma cidade montanhosa, uma cidade que quem colonizou foram os alemãs. E é lá que a obra nasceu e se expandiu. Hoje está na Áustria um grupo, um grupo em Portugal na cidade de Vila Real, na cidade do Porto, dois grupos onde nós estamos formando grupos para fundar duas casas, uma no Porto e uma em Vila Real, formar pais que já têm seus filhos com deficiência a viverem juntos, pais, vários pais e várias mães, para quando um pai, uma mãe vier a falecer, um fica com o filho do outro.

E nós queremos para os Africanos, nós queremos chegar a muitos lugares do mundo. Temos convites para chegar a muitos lugares do mundo. Temos convite para ir para a Índia. Estamos na Itália na cidade de Turim. Na Itália são grupos, são pais e mães que perderam seus filhos com deficiência e perderam a razão de viver, lá formam um grupo que trabalha para ajudar a pagar o plano de saúde no Brasil. Esses pais e essas mães se encontram para rezar e através da nossa missão encontram um sentido para as suas vidas.

- E o processo para um jovem ou uma criança se poder integrar nessa família?

Em Petrópolis, quando eles ficam órfãos, geralmente o estado liga,  ou os juízes da Vala da Infância, as Igrejas, Paróquias nos contactam para ver se entra no perfil da Comunidade para a adopção daquela criança, porque todos os dias chegam muitos pedidos de adopção, e existe um perfil para ser adoptado, tem que ser crianças com deficiências mesmo, às vezes até profundas e crianças que sejam abandonadas e que tenham uma deficiência, que sejam colocadas para a adopção na Comunidade, para nós adoptarmos. A casa não é uma casa que passa para a adopção. Nós adoptamos e ali ficam. Aí ele chega e dali só para o céu. Ali temos até o mausoléu onde já estão 14 deles sepultados, então é assim, adopção para sempre.

Agora jovens do mundo inteiro que queiram conhecer para fazer um trabalho missionário, novas vocações que venham da África, pessoas que queiram conhecer, passar um ano na nossa casa, existe uma casa dentro do próprio sitio que acolhe estes jovens que queiram vir de outras nações para experimentar. Quem sabe? na Africa tem pessoas que queiram conhecer o carisma e depois ir lá e  importar …

- Com certeza. Talvez uma mensagem forte às famílias em Africa e em todo o mundo lusófono, da vossa experiência de vida na Comunidade de Jesus Menino?

Eu digo a vocês famílias que nos estão assistindo, que estão nos ouvindo: valorizem a vida, valorizem a família e valorizem a vida. Se você tem filhos, seus filhos são presente de Deus, se você tem filhos com deficiência, você é um pai agraciado por Deus, porque Deus escolhe pais especiais para filhos especiais, então o seu filho não veio para sua casa como algo que veio para ser pesado. Ele veio para carregar o seu fardo, ele carrega o seu fardo, ele veio para te salvar pai, ele veio para te salvar mãe, veio para salvar toda a tua linhagem e a tua família. Seja ele uma pessoa com deficiência que esteja hoje te causando assim algumas dores por não saberes o que fazer com o seu filho, saiba que ele veio para você como presente. Então a minha mensagem como fundador da Jesus Menino é esta: valorize a vida, nos ajude na Africa em Portugal a não deixar que pessoas sejam mortas, sejam abortadas, porque são deficientes. Ajudem a gente, nos ajudem a ser Igreja, a ser a cultura do Papa Francisco, a cultura da vida.

Se você quer nos conhecer, o nosso site em português é www.comunidadejesusmenino.org.br e o nosso telefone no Brasil: 00552422424208.

Eu vou ter muita alegria de receber nossos irmãos Africanos e Portugueses na nossa casa. Muito obrigado

Música: “Toda a Vida é um Dom”








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