2014-11-19 09:21:00

Parlamento Europeu e Turquia – viagens do Papa apresentadas pelo Padre Lombardi


Na próxima semana o Papa Francisco realizará duas importantes viagens internacionais. No dia 25 de novembro visitará o Parlamento Europeu, em Estrasburgo na França, e de 28 a 30, realizará uma viagem apostólica à Turquia, onde, entre outros compromissos, encontrará o Patriarca Ecuménico de Constantinopla, Bartolomeu I. As duas viagens foram apresentadas na passada segunda-feira pelo Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Padre Federico Lombardi, num encontro com os jornalistas.

São duas viagens com características diferentes, mas semelhantes na rápida preparação. A viagem a Estrasburgo, a quinta viagem internacional de Francisco, foi organizada logo após a renovação do Parlamento Europeu, e portanto, coincidindo com uma assembleia parlamentar. A sucessiva viagem à Turquia, por sua vez, a sexta internacional do pontificado, realiza-se após as eleições e a formação de um novo governo, mas sobretudo por ocasião da data de 30 de novembro, Festa de Santo André e grande festa do Patriarcado Ecuménico. Portanto, “a data certa” - precisa Padre Lombardi – para aceitar o convite do Patriarca Ecuménico Bartolomeu I.

A viagem a Estrasburgo será a mais breve viagem papal da história - 3 horas e 50 minutos -, e será caracterizada pela ausência de qualquer evento pastoral, litúrgico ou religioso. O Papa preferiu manter a finalidade primeira da viagem que será somente de visita às instituições europeias e um momento de reflexão sobre a situação atual do continente que sofreu grandes transformações desde a última viagem de um pontífice a Estrasburgo, realizada em 1988 por João Paulo II.

“O contexto de hoje é realmente muito novo e isto justifica efetivamente uma nova viagem do Papa que com esta viagem fala a toda a Europa, não somente à União, mas à Europa inteira com todos os seus povos” – comentou o Padre Lombardi.

Sobre as polémicas em relação à possível confusão entre chefe religioso e chefe de Estado, o Padre Lombardi afirmou o seguinte:

“O que eu observaria - e que todos sabemos muito bem, e o Papa melhor do que todos -, é que não é um chefe político de Estado com poderes militares, económicos e com interesses políticos particulares. Mas a presença do Papa no mundo das organizações internacionais é a de uma grande autoridade reconhecida, a nível internacional e mundial, por séculos, como uma grande autoridade de caráter religioso e moral de uma comunidade muito numerosa, como o é a Igreja Católica, e também as instituições, os próprios Estados  desejam, na sua grande maioria, ter relações com esta autoridade, ter também representantes junto a esta autoridade. Isto quer dizer que também as autoridades políticas no mundo reconhecem a importância da mensagem daquilo que o Papa representa e diz sobre os grandes problemas, os grandes valores da humanidade: a paz, a justiça, o bem-estar, a convivência entre os povos”.

A viagem à Turquia representa uma continuidade na tradição das viagens papais ao país e ao Patriarca de Constantinopla. Assim o fizeram, precedentemente, Paulo VI, João Paulo II e Bento XVI, com diferentes motivações:

“Existe, naturalmente, a atenção pelo país hóspede, portanto, pela Turquia, que se encontra no Médio Oriente; existe o diálogo inter-religioso, pois a Turquia é um país de imensa maioria muçulmana; existe uma pequena comunidade católica que, como sempre quando o Papa viaja ao exterior, é levada em consideração para ser encorajada e visitada; e existe, como bem sabemos, a sede do Patriarcado Ecuménico com o Patriarca Bartolomeu, com quem se desenvolveu um diálogo de amizade fraterna há muito tempo”.

Uma das perguntas recorrentes sobre esta viagem, quer por parte da imprensa que por parte dos jornalistas presentes no encontro com o Padre Lombardi, foi sobre a eventualidade de um encontro do Santo Padre com os refugiados dos conflitos em andamento na Síria e no Iraque e acolhidos na Turquia:

“Nos encontros de Istambul com os jovens e na catedral, certamente estarão pessoas que não são somente locais, mas que chegarão também, por vários motivos, de diversas outras partes. Portanto, serão ocasiões em que certamente teremos presenças ou representantes que vão um pouco neste sentido”.

Será sobretudo ecuménico o caráter predominante da viagem do Papa à Turquia. Na ocasião o Papa Francisco e o Patriarca Bartolomeu assinarão uma declaração conjunta. (RS/JE)

 








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