2014-11-19 16:31:00

O ódio não ajuda - Jovens contra novas escravaturas humanas


Ficaram chocados com o que ouviram no simpósio  "Jovens contra a prostituição e tráfico humano: a maior violência contra as pessoas humanas" realizado nos dias 15 e 16 do corrente mês, no Vaticano, por iniciativa da Academia Pontifícia das Ciências.

É que embora trabalhem na luta contra a violência (em Cabo Verde), não tinham ideia da dimensão do tráfico de pessoas e de novas formas de escravatura que - sabe-se -  afecta hoje no mundo cerca de 21 milhões de pessoas. Mas isto - diz-se - é apenas a ponta do iceberg deste terrível fenómeno internacional.

Em Cabo Verde este fenómeno não é assim tão relevante, mas a violência doméstica, a violência de género  e a violência urbana não poupam o país.

O arquipélago dotou-se, há alguns anos atrás, de uma óptima lei contra a violência doméstica e de género, mas há que fazer com que seja posta em prática.

Austelino Dias Tavares, é um jovem cabo-verdiano, já licenciado em Ciências Pedagógicas e trabalha no projecto "Jovens contra a violência de género". Veio representar as boas práticas desse projecto no simpósio no Vaticano. Vieram igualmente outras duas jovens: Luisa Sousa Baradas, do mesmo projecto, e  Cadi Sanò, cabo-verdiana/guineense, da rede "Laço Branco" de luta contra a violência. Ela apresentou, no encontro, um estudo que realizou na Guiné-Buissau sobre a mutilação genital feminina e o risco de que essa prática se difunda também em Cabo Verde.  

Austelino e Cadi estiveram nos nossos estúdios e, num programa especial, deram-nos, de forma emotiva e lúcida, as suas impressões sobre esse simpósio, que contou também com a presença, na tarde do domingo 16, com a presença do Papa Francisco. 

Futura Assistente social, Cadi promete aproveitar bem o que aprendeu neste encontro no seu trabalho, isto é que o ódio não ajuda nada. O importante é persistir nos caminhos que podem levar a um mundo melhor. Da mesma forma, Austelino diz que leva no coração histórias que ouviu das pessoas e que o impressionaram muito e vai-se empenhar sobretudo na protecção das crianças.

Com efeito, o que mais os impressionou foi ouvir, contadas em primeira pessoa, histórias de jovens que já foram vítimas de tráfico e de violência sexual. Tanto para Cadi como para o Austelino foram histórias terríveis que os deixaram confusos e tristes, sobretudo ao constatar que, de forma geral, falta a colaboração dos poderes públicos na luta contra esses males. Mas consolou-os o facto de haver, contudo, pessoas, também da Igreja, que tentam fazer algo para salvar as pessoas desses tráfico.

Além disso, levam as palavras do Papa que os agradeceu, encorajou-os e convidou-os a se comprometerem com a luta por um mundo melhor.iça a conversa com eles clicando aqui a seguir, palavras que emocionam e fazem reflectir..








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