2014-10-30 20:53:23

Arcebispo Auza: há quem queira limitar a liberdade de consciência


Nova Iorque (RV) - O respeito pela vida desde a concepção até a morte natural, a abolição da pena de morte, a liberdade religiosa e de consciência, sempre mais em risco: esses foram os temas nodais do discurso do observador permanente da Santa Sé na ONU, Dom Bernardito Auza, em pronunciamento na sede das Nações Unidas, em Nova Iorque, na 69ª sessão da Assembleia Geral.

Recordando que o direito à vida deve ser respeitado em todas as suas fases – da concepção até a morte natural – o representante vaticano expressou satisfação pela "redução nos últimos anos, no mundo inteiro, do recurso à pena de morte".

"É impossível imaginar – disse o prelado citando palavras do Papa Francisco – que hoje os Estados não possam dispor de outro meio que não seja a pena capital para defender a vida de outras pessoas do injusto agressor."

Recordando que o Pontífice pede inclusive a abolição da prisão perpétua, definida pelo Santo Padre uma "pena de morte dissimulada", Dom Auza acrescentou que o direito à liberdade de pensamento, de consciência e de religião continua a defrontar-se, no mundo inteiro, com relevantes desafios.

O arcebispo explicou que em algumas regiões "as violações à liberdade religiosa se multiplicaram e intensificaram em sua brutalidade, em particular, em relação às minorias religiosas". Trata-se – acrescentou – de evidentes violações dos direitos humanos fundamentais.

Em outras partes do mundo a liberdade religiosa é contraposta por obstáculos jurídicos e, em algumas sociedades, também por comportamentos discriminatórios, observou.

Algumas autoridades buscam limitar a dimensão religiosa à esfera privada impondo obrigações de lei, em conflito com a consciência pessoal e o credo religioso, disse Dom Auza. "Um mundo que verdadeiramente respeite a liberdade religiosa deve ir além da simples tolerância", ponderou o representante da Santa Sé.

Todos têm o direito de praticar a sua fé individualmente ou em comunidade, em público e de forma privada, e também o direito de mudar de religião, asseverou o arcebispo.

Ademais, o tema da agricultura esteve no centro de outro discurso, pronunciado pelo observador permanente por ocasião da Assembleia Geral das Nações Unidas.

Discutir o desenvolvimento agrícola, segurança alimentar a nutrição – afirmou o prelado não deve traduzir-se num "exercício anual de rotina", mas deve, ao invés, ser ocasião para tornar-se um eco do grito de centenas de milhões de pessoas no mundo que sofrem a fome crônica.

Deve ser também uma ocasião para recordar o paradoxo em que, enquanto muitos morrem de fome, "todos os dias desperdiça-se uma enorme quantidade de alimento". Erradicar a chaga da fome não é somente um dos objetivos de desenvolvimento das Nações Unidas, mas "um imperativo moral". Os custos humanos e socioeconômicos da fome e da desnutrição são enormes, concluiu. Não deve haver prioridade maior no mundo do que a eliminação da fome e da desnutrição. (RL)







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