Comité português para a Unicef defende a criação de uma Estratégia Nacional para a
Erradicação da Pobreza Infantil
Uma forma
de combater um fenómeno que afecta um terço das crianças em Portugal, diz a UNICEF,
uma recomendação que surge no primeiro relatório divulgado por este organismo na Fundação
Calouste Gulbenkian, em Lisboa..
No documento, "As crianças e a crise em Portugal
-- Vozes de crianças, políticas públicas e indicadores sociais, 2013", a Unicef procura
analisar especificamente a realidade das crianças em Portugal, num contexto de crise
económica e financeira.
Em apenas 3 anos, entre 2009 e 2012, mais de 500
mil crianças perderam o direito ao Abono de Família. Este estudo mostra também que
entre 2010 e o ano passado, se registou uma redução no apoio económico do estado às
famílias, que em 2009 já era inferior á media dos países da OCDE.
Segundo o
relatório, o risco de pobreza é mais elevado em famílias com filhos, nomeadamente,
em famílias numerosas, com 31% de risco, e em famílias monoparentais, com 41,2%. Em
2012 cerca de um quarto das crianças vivia em agregados com privação material, enquanto
uma em cada dez vivia em agregados com um nível de privação severa, ou seja 24% das
crianças portuguesas viviam em famílias com dificuldade ou incapacidade de pagar um
empréstimo, renda de casa, contas no prazo previsto, ter uma refeição de carne ou
peixe a cada dois dias e fazer face a despesas imprevistas.