2014-10-24 11:34:07

São João Paulo II é aquele que intercede e motiva as pessoas nas escolhas da vida


Cidade do Vaticano (RV) - Nesta semana a Igreja festeja São João Paulo II, Papa por quase 27 anos, e uma das figuras mais amadas na história recente. Um amor que cresce, inclusive, depois de 9 anos da sua morte. É o que enaltece o postulador da Causa da Canonização, Mons. Slawomir Oder, entrevistado pela Rádio Vaticano. Na quarta-feira (22), a Igreja celebrou, pela primeira vez, a memória litúrgica de São João Paulo II.

Mons. Oder“Não escondo que, para mim, ver a página do calendário com a data de 22 de outubro é certamente um momento de grande comoção. E é uma coisa impressionante como, ainda hoje, e já há mais de nove anos da sua morte, o nome de João Paulo II suscite nos corações dos fiéis, sentimentos de gratidão, de alegria, de afeto. Nestes meses, eu tive a oportunidade de participar de várias iniciativas para lembrar de São João Paulo II e posso dizer que me comoveram em ver as igrejas cheias, a participação das pessoas que, com lágrimas nos olhos, contavam a experiência deles, o João Paulo II deles.”

Radio Vaticano – Além das análises dos teólogos, daquilo que podem escrever os vaticanistas, há um povo de Deus que continua e aumenta o seu amor por essa figura...

Mons. Oder – “Na verdade, é um fenômeno que eu já observei durante os anos do processo, recolhendo os testemunhos. Um fenômeno que encontrava a sua expressão nas palavras, que todos repetiam em refrão: ‘O nosso Papa! O nosso Papa!’. Eles diziam em polonês, diziam em italiano, e continuavam a dizer em todas as línguas do mundo. Ficou o Papa dos nossos dias, no sentido que ficou uma memória muito fresca, sempre viva: do seu sorriso, das suas palavras, da sua postura muito paterna, severa, mas também benévola, com a certeza da sua palavra, da sua doutrina e da sua proximidade às pessoas mais necessitadas de afeto e de misericórdia.”

RV – O 22 de outubro, obviamente, é ligado a três palavras que não poderão nunca ser esquecidas quando pensarmos a João Paulo II: “Não tenham medo”. De qualquer maneira, essa exortação tem uma projeção para frente, isto é, continuar a não ter medo em anunciar Cristo, mesmo se necessário dizer coisas desagradáveis para os nossos tempos...

Mons. Oder – “Esse é o papel profético da Igreja e a coragem extraordinária que João Paulo II demonstrou em todo o seu Pontificado, percebidos como força pelos seus adversários, mas, também pelo povo de Deus: colocou Cristo no centro do seu Magistério, da sua palavra, da mensagem que deixou à Igreja. Por isso, as suas palavras ‘não tenham medo’ são realmente palavras que ainda hoje inspiram tantas pessoas a fazerem escolhas que vão contra a corrente, que são escolhas proféticas.”

RV – Nestes meses, depois da Canonização, isto é, depois de 27 de Abril, o que lhe surpreendeu? Tem alguma experiência, alguma história que realmente lhe fez emocionar, entre tantas?

Mons. Oder – “Recentemente estive na Puglia, participei de um evento muito bonito – um dos tantos, nestes dias, - que ainda faz parte do ‘peregrinatio’ da relíquia de São João Paulo II, que continua percorrendo o mundo. Aquilo que me surpreendeu foi a Igreja cheia de pessoas. Depois da missa da tarde, tantas pessoas ficaram na Igreja por toda a noite: rezaram até a madrugada, até o final da missa da manhã, confiando a João Paulo II as intenções, preocupações, esperanças e alegrias. Eu penso que essa seja realmente a tarefa dos Santos e que ele esteja desenvolvendo nobremente esse seu papel: interceder, mas também motivar as pessoas para a vida. Aquelas palavras que confiei quase ao final do seu Pontificado, introduzindo a Igreja no novo milênio – ‘Duc in altum!’, lançar-se ao largo – ficaram realmente nos corações das pessoas. A santidade encoraja, a santidade contagia, a santidade atrai e realmente pode incidir sobre as escolhas concretas da nossa vida.” (AC)








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