2014-10-23 15:22:18

Patriarca caldeu: vencer a violência dos extremistas


Bagdá (RV) – Para vencer a cega violência dos membros do autodenominado Estado Islâmico é necessário uma “ação comum” de todo o povo iraquiano, cristãos e muçulmanos, mesmo se até o momento “prevaleceu o medo”. Várias vezes “eu pedi para saírem pelas ruas e testemunharem qual é verdadeiro Islã”, que o Estado Islâmico não representa a religião de Maomé, “que al Nusra e al Qaeda não representam” o mundo muçulmano. “Nós acreditamos nisso, mas é preciso dizê-lo abertamente”: foi o que disse à agência AsiaNews o Patriarca caldeu Mar Louis Raphael I Sako, em Milão, norte da Itália, durante um encontro após ter participado – nas últimas semanas – dos trabalhos do Sínodo sobre a família e da parte do Consistório dedicado aos cristãos do Oriente Médio.

O patriarca “crê” no mundo muçulmano, nos líderes religiosos que rejeitam as violências dos terroristas; todavia, ele acrescenta que “a falta de coragem” de condenar os ataques, as barbáries e a brutalidade dos jihadistas não ajuda. Serve uma “rejeição pública”, forte, nítida de condenação às violências contra “inocentes, agredidos somente porque professam outra religião”.

No último dia 17 de outubro o Papa Francisco recebeu em audiência o patriarca de Bagdá e presidente da Conferência Episcopal iraquiana; no centro do encontro a dramática situação da comunidade cristã e de todo o Iraque, cenário das violências sangrentas praticadas pelas milícias do Estado Islâmico, que conquistaram amplas partes do território, sobretudo no norte do país. Durante a visita, o Pontífice prometeu uma “carta de esperança” para os cristãos iraquianos, que em milhares foram obrigados a fugir de suas casas e se encontram em condições “desesperadas” nos centros de acolhida e alojamentos temporários.

Para o patriarca de Bagdá agora serve um testemunho concreto de proximidade, moral e espiritual, porque, também isso, as pessoas necessitam e buscam: “fomos por muito tempo uma Igreja isolada – disse – portanto, agora serviria visitas, exemplos de vida comum. Grupos de jovens, irmãs, leigos, sacerdotes do Ocidente em visita às famílias cristãs do Iraque, ir às casas e encontrar as pessoas, isso pode ajudar até mesmo mais do que o dinheiro”.

Em vista do Advento e do Natal, o Patriarca Sako pede para encontrar os refugiados iraquianos e “ porque não, levar um panetone a cada família, o doce da festa, como sinal concreto de proximidade e de solidariedade”. Entre os deslocados reinam ainda medo, desilusão, desânimo por uma guerra que, – segundo os anúncios do governo estadunidense –, poderia durar anos. “E somente com os bombardeios aéreos – adverte o Patriarca – não se derrota o Estado Islâmico, mas se provoca somente outras vítimas inocentes”. Daqui o desejo crescente de muitas família de “irem embora”, e o “comportamento de alguns sacerdotes, que fomentam este fenômeno, não ajuda e deve ser condenado”. (SP)







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