Brasília (RV) - “Estamos vivendo um processo sinodal de amadurecimento, aprofundamento
de todas as questões que envolvem a família no contexto da evangelização”, esclareceu
o Arcebispo de Aparecida (SP) e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil
(CNBB), Cardeal Raymundo Damasceno Assis, nesta terça-feira, 21, aos bispos do Conselho
Permanente, reunidos em Brasília (DF). O Cardeal foi um dos três presidentes delegados
da 3ª Assembleia Extraordinária do Sínodo, realizada de 5 a 19 de outubro, com o tema
“Os desafios pastorais da família no contexto da evangelização”.
Segundo o
arcebispo, uma novidade é que o Sínodo acontece em duas etapas. A primeira foi a Assembleia
Extraordinária. Já a segunda, a 14ª Assembleia do Sínodo dos Bispos, acontecerá,
de 4 a 25 de outubro de 2015, com o tema “A vocação e a missão da família na Igreja,
no mundo contemporâneo”.
Dom Damasceno disse que esta primeira fase do Sínodo
foi marcada por intervenções e testemunhos sobre vários aspectos relacionados à família
na atualidade. O cardeal apontou os temas mais abordados durante o evento como os
desafios culturais e econômicos, divórcio, violência no ambiente familiar, a vida
sacramental dos casais em segunda união, união civil de pessoas do mesmo sexo.
Para
o arcebispo de São Paulo e um dos padres sinodais, cardeal Odilo Pedro Scherer, o
Sínodo provocou o questionamento sobre os desafios pastorais da Igreja no contexto
da evangelização. “Diante de todos esses desafios, o que a Igreja vai fazer? Como
se posicionar e que atitudes tomar?”, disse serem estas as principais questões do
Sínodo. De acordo com dom Odilo, “o grande eixo é o da nova evangelização. Isso continua
na assembleia do ano que vem, mas ampliando o horizonte. O tema será a vocação e a
missão da família na Igreja, no mundo contemporâneo. No próximo ano, entrarão mais
as questões doutrinais”, assinalou.
Dom Odilo explicou, ainda, que o Sínodo
não toma decisões. “É um organismo consultivo. O papa convoca o Sínodo para ouvir
a Igreja. O que é produzido não é uma decisão, mas proposta”, acrescentou.
O
arcebispo de São Paulo lembrou também que o Sínodo é fruto do Concílio Vaticano II
e que "foi instituído por Paulo VI para dar continuidade às questões do Concílio e
as que viriam depois”.
Além de dom Raymundo Damasceno Assis e de dom Odilo
Pedro Scherer, representaram o Brasil na 3ª Assembleia Extraordinária do Sínodo dos
Bispos os cardeais: João Braz de Aviz, prefeito da Congregação para os Institutos
de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica; Orani João Tempesta, arcebispo
do Rio de Janeiro. Também participaram da Assembleia o eparca da Eparquia Maronita
de Nossa Senhora do Líbano (SP), dom Edgard Amine Madi, e o casal responsável pelas
equipes de Nossa Senhora da super-região do Brasil, Arturo e Hermelinda Zamberline.
O
evento reuniu 191 padres sinodais e 62 participantes entre especialistas, auditores
e delegados fraternos.(CNBB)