Crianças, clima, cooperação e indígenas. Santa Sé se pronuncia na ONU
Nova York (RV)
– Dom Bernardito Auza, observador permanente da Santa Sé nas Nações Unidas, participa
da 69ª sessão da Assembleia Geral da ONU, e se pronunciou diversas vezes, abordando
temas como a condição das crianças, as mudanças climáticas, a cooperação internacional
e a situação dos indígenas.
Nos últimos anos, quase três milhões de crianças
foram mortas em guerras; seis milhões ficaram inválidas e dezenas de milhares foram
mutiladas por minas terrestres. Neste cenário, descrito por Dom Bernardito Auza, os
progressos para reduzir a mortalidade infantil e melhorar o acesso à alimentação,
à água e à educação são anulados pelos conflitos. Também existem crianças sofrendo
fome, que precisam de remédios; menores vendidos a traficantes, explorados sexualmente,
recrutados como soldados ou empregados em trabalhos arriscados. “Eliminar a violência
contra as crianças requer que os Estados, os governos, a sociedade civil e as comunidades
religiosas protejam as famílias”, frisou o diplomata.
Em seu pronunciamento
sobre o desenvolvimento sustentável e as mudanças climáticas, Dom Auza reafirmou que
a Santa Sé aponta duas urgências: a erradicação da pobreza e a sustentabilidade ambiental.
“As emissões de gases nas sociedades industrializadas ameaçam os países pobres, e
é por isso que a Santa Sé considera que as mudanças climáticas não são apenas uma
questão ambiental, mas uma questão de justiça”, lembrou.
O observador falou
ainda de cooperação internacional: “Os Estados são chamados a colaborar para assegurar
que os frutos dos progressos científicos beneficiem os pobres de todo o mundo e não
sejam causa de novas desigualdades econômicas e sociais”.
Em relação à questão
indígena, “a Santa Sé está firmemente convencida de que nenhuma discriminação com
base na raça, sexo, religião ou etnia deve ser tolerada”. A delegação reafirmou três
conceitos básicos: os povos indígenas do mundo têm os mesmos direitos humanos fundamentais
de toda pessoa, povo ou nação para o desenvolvimento; a realização deste direito deve
ser, tanto quanto possível, coerente e harmoniosa com a sua identidade e valores específicos;
e os povos indígenas devem ter direito de palavra sobre o seu próprio desenvolvimento.
“A Santa Sé reitera o seu compromisso para a promoção do desenvolvimento integral
da de mais de 370 milhões de indígenas, em cerca de 90 países, em todas as regiões
do mundo”. (CM)