Pe. Nicolas: "Igreja ouve o Espírito, não regras humanas"
Cidade do Vaticano (RV) - “Pode existir mais amor cristão numa união canonicamente
irregular do que num casal casado na Igreja”. Palavra do Padre Adolfo Nicolas, Prepósito-geral
dos jesuítas, Ordem de 18 mil religiosos espalhados em 112 países do mundo.
Segundo
o chamado ‘Papa Negro’, “o Sínodo sobre a Família está completando o Concílio”: “A
discussão, livre e franca, está rumando para as mudanças, para a adaptação da pastoral
familiar aos tempos atuais. É um sinal histórico, porque nos últimos anos, muitas
forças tentaram levar a Igreja para trás, no sentido oposto ao Concílio”.
“Os
bispos não foram convocados para reiterar idéias abstratas ao som da doutrina, mas
para buscar soluções concretas”, disse Pe. Nicolas, referindo-se à questão da comunhão
aos divorciados recasados. “Quem responderá é a Igreja que ouve o Espírito, aquela
que o Cardeal Martini quis, até o fim de sua vida”, prossegue o Superior jesuíta.
Questionado pela agência 'Vatican Insider' sobre as convivências, ele afirma
que “é errado ser absolutista: quando não se faz mal ao próximo, algo de bom é feito”.
“Para nós, conta mais o Espírito porque vem de Deus, ao contrário das regras
e normas que são obra dos homens. A moral familiar e sexual precisa de doçura e de
fraternidade: não se trata de dividir, mas harmonizar. Lacunas e imperfeições não
prejudicam a completeza da evolução da família na sociedade das últimas décadas. Quando
há algo negativo, não significa que tudo é negativo”. (CM)