2014-10-01 19:41:39

Sudão do Sul: outra rádio católica na mira das autoridades


Wau (RV) – Mais uma rádio católica está sendo ameaçada de fechar no Sudão do Sul. Trata-se de Voice of Hope (‘Voz da Esperança’, na tradução livre) da diocese de Wau, capital do Estado de Western, no oeste do país.

Segundo a Rede Católica de Rádio, o vice-governador daquele Estado, Bahr El Ghazal, ameaçou fechar a estação, intimando a redação a se limitar a fornecer somente informações locais, evitando cobrir os eventos que acontecem em outros Estados do Sudão do Sul, especialmente aqueles relacionados à oposição. O vice-governador definiu Voice of Hope uma ‘estação prejudicial’, acrescentando que o governo tomaria as medidas necessárias se a estação de rádio não se limitasse a transmitir somente ‘homilia e música Gospel’.

Nas semanas passadas, Rádio Bakhita, da Arquidiocese de Juba – a capital federal, foi fechada temporariamente, depois de um ataque na sede da estação, por parte do Serviço de Segurança que tinha, inclusive, detido o redator-chefe por alguns dias. Depois, Rádio Bakhita foi autorizada a retomar as transmissões, mas a estação ainda está fechada, a critério da Arquidiocese que pretende ainda analisar a situação.

O Arcebispo de Juba, Mons. Paulino Lokudu, lamentou que o Serviço de Segurança não alertou que estava para impor o fechamento da estação. “Quando a Rádio foi fechada, não fui consultado, os agentes de segurança não vieram me dizer que estavam fechando a Rádio. Eles simplesmente pegaram as chaves das pessoas que estavam na sede da estação. Penso que isso não seja correto”, disse o Arcebispo, que depois acrescentou: “penso que eles entenderam e nos reconciliamos”.

Organizações pela defesa dos direitos humanos denunciam a censura imposta do governo aos meios de comunicação do Sudão do Sul, desde quando eclodiu a guerra civil entre as facções, respectivamente encabeçadas pelo Presidente, Salva Kiir, e pelo ex-vice-Presidente, Riek Machar. Ainda segundo essas organizações, as restrições à liberdade de informação destinam-se a impedir a publicação das notícias sobre os massacres dos civis na capital. Os jornalistas estão impedidos de visitar hospitais, cemitérios e campos de refugiados. (AC)








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