2014-10-01 15:02:42

OMC, Card. Turkson: “livre comércio útil somente se for para benefício de todos”


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O livre comércio pode interessar a todos "somente quando for para o benefício de todos”, sem excluir ou descartar ninguém, e por isso não pode ignorar a responsabilidade e a justiça social – é quanto afirma o Cardeal Peter Kodwo Appiah Turkson, presidente do Conselho Pontifício Justiça e Paz, na sua mensagem aos participantes no Fórum da Organização Mundial para o Comércio, que começa hoje em Genebra e vai até 3 de outubro, subordinado ao tema "Porque o comércio interessa a todos?" ("Why trade matters to everyone”). Certamente – sublinha o Card. Turkson na mensagem, lida após a intervenção do secretário-geral da ONU Ban Ki-moon e da mensagem em vídeo da presidente do Chile Michelle Bachelet - o comércio é um factor de desenvolvimento. Entretanto, o Papa Francisco nos recorda que, se a liberalização do comércio internacional hoje reduziu a pobreza, muitas vezes ela alimenta também a exclusão social. "Isto porque - continua o presidente da Justiça e da Paz - qualquer liberdade deve ser acompanhada pela responsabilidade e a qualquer liberdade deve corresponder o dever da justiça". Como sublinhava Paulo VI, o livre comércio pode ser chamado justo somente se for subordinado "às exigências da justiça social" Este princípio – observou ainda o Card. Turkson - não é respeitado quando existem posições dominantes que transformam a livre concorrência em ditadura económica, quando viola a dignidade da pessoa, “negligencia o bem comum de toda a humanidade; piora a distribuição das riquezas; não consegue criar uma ocupação sustentável​​, ou pior, tira proveito do tráfico de seres humanos e das modernas formas de escravidão e de facto exclui os pobres, os fracos e os vulneráveis ​​da participação na vida económica”.
"Um tal sistema comercial – insiste o Card. Turkson - não pode ser justificado se reforça a capacidade das grandes empresas para reduzir os custos e fugir aos impostos", negando aos trabalhadores os direitos humanos mais elementares, a começar por um salário justo e condições de trabalho dignas e seguras. Neste sentido, a OMC tem um papel importante na promoção de uma organização do comércio internacional mais justo, acrescenta a mensagem, que termina com o desejo expresso em janeiro último pelo Papa Francisco, no Fórum de Davos, para que se possa formar “uma nova mentalidade política e empresarial, capaz de orientar todas as acções económicas e financeiras na perspectiva de uma ética verdadeiramente humana”. RealAudioMP3








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