2014-10-01 19:57:26

Francisco aos sobreviventes do naufrágio em Lampedusa: "Rezo para que as portas fechadas se abram"


Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco encontrou às 16h30min desta quarta-feira, na ‘Saleta’ localizada junto à Sala Paulo VI, uma delegação de sobreviventes e familiares do naufrágio ocorrido há um ano, em 3 de outubro de 2013, na costa da Ilha de Lampedusa (sul da Itália), quando perderam a vida 368 imigrantes.

A delegação era formada por 37 pessoas, todos eritreus, provenientes de diversos países europeus onde foram acolhidos, na maior parte dos casos, por familiares já residentes. Entre estes países estão Alemanha, Suécia, Noruega, Holanda e Dinamarca. Outros sobreviventes deverão se unir ao grupo para as cerimônias a serem realizadas em 3 de outubro próximo.

Um dos refugiados dirigiu algumas palavras em inglês ao Santo Padre, pedindo a ele apoio e sustento, como por exemplo, para o reconhecimento de corpos, o que em certos casos, ainda aconteceu. Outro refugiado dirigiu algumas palavras ao Papa Francisco em sua língua materna. Uma jovem, por sua vez, agradeceu o Papa pelas diversas formas de apoio e ajuda para os migrantes e os refugiados.

Dirigindo-se em italiano aos presentes e visivelmente comovido, o Papa afirmou sentir “coisas que não podem ser ditas, pois não encontro palavras para dizê-las. Tudo o que vocês sofreram se contempla no silêncio, se chora e se procura um modo de se estar próximo”. E ainda: “Às vezes quando parece que se chegou ao porto, existem coisas muito duras. Se encontra as portas fechadas e não se sabe para onde ir. Mas existem muitas pessoas que têm o coração aberto para vocês. A porta do coração é a mais importante nestes momentos. Peço a todos os homens e mulheres da Europa para abrirem as portas do coração!... Quero dizer que estou próximo a vocês, rezo por vocês, rezo para que as portas fechadas se abram!”.

Uma escultura de ferro, representando uma garrafa no mar com uma família dentro, foi oferecida ao Santo Padre. Ao final do encontro, Francisco saudou pessoalmente, um por um dos presentes.

A delegação foi organizada pelo “Comitê 3 de outubro”, presidido por Tareke Brhane e acompanhada pelo Elemosineiro Pontifício, Dom Konrad Krajewski, e pelo Padre Giovanni Lamanna, ex-Presidente do Centro Astalli dos Jesuítas para refugiados.

Neste dias foi apresentada uma proposta de lei para que o dia 3 de outubro seja reconhecido como “Dia em memória às vítimas do mar”. (JE)








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