Card. Turkson destaca papel da OMC para um comércio mais igualitario
Genebra (RV)
– Realiza-se em Genebra a partir desta quarta-feira, 1° de outubro, até dia 3, o Fórum
da Organização Mundial do Comércio, que tem por lema “Por que o comércio interessa
a todos?”. O Presidente do Pontifício Conselho Justiça e Paz, Cardeal Peter Turkson,
enviou uma mensagem aos participantes – lida após o pronunciamento do Secretário Geral
da ONU Ban Ki-moon e a vídeo-mensagem da Presidente do Chile, Michel Bachelet – onde
salienta que o comércio é um fator de desenvolvimento.
O Cardeal Turkson observou
na mensagem, que o Papa Francisco nos recorda que se por um lado a liberação do comércio
internacional reduziu hoje a pobreza, frequentemente por outro, também alimenta a
exclusão social. “Isto porque – sublinha o Presidente da Justiça e da Paz - toda liberdade
deve ser acompanhada pela responsabilidade e a toda liberdade deve corresponder o
dever da justiça”.
Como sublinhava Paulo VI, o livre comércio deve ser chamado
‘equo’ somente se subordinado “às exigências da justiça social”. Tal princípio
não é respeitado quando existem posições dominantes que transformam a livre concorrência
em ditadura econômica, quando viola a dignidade das pessoas, “negligencia o bem comum
de toda a humanidade; piora a distribuição das riquezas; não consegue criar emprego
sustentável, ou pior, se aproveita do tráfico de seres humanos e das modernas formas
de escravidão e de fato exclui os pobres, os frágeis e os vulneráveis da participação
na vida econômica”.
“Um similar sistema comercial – instou o Cardeal Turkson
– não pode ser justificado se reforça a capacidade das grandes corporações de reduzir
custos e de contribuir à evasão fiscal”, negando aos trabalhadores os mais elementares
direitos humanos, a começar por um salário justo e por condições de trabalho humanas
e seguras.
Neste sentido, a Organização Mundial do Comercio tem um papel importante
na promoção de uma organização do comércio internacional mais igualitário – acrescenta
a mensagem – que concluiu com o desejo expresso em janeiro passado pelo Papa Francisco
ao Fórum de Davos, para que possa formar-se “uma nova mentalidade política e empresarial,
capaz de guiar todas as ações econômicas e financeiras na ótica de uma ética verdadeiramente
humana”. (JE)