2014-09-30 14:48:32

Em 2014, mais de 3 mil morreram no Mediterrâneo, fugindo da pobreza


Genebra (RV) – Mais de 3 mil migrantes morreram no Mediterrâneo desde janeiro, ou seja, mais do que o dobro do registrado em 2011, auge da Primavera Árabe, quando as vítimas das travessias rumo à Europa foram 1500, nos primeiros nove meses.

Os dados, divulgados segunda-feira, 29, pela Organização Internacional para as Migrações, OIM, demonstram que há pelo menos 20 anos atravessar o Mar Mediterrâneo constitui o trajeto mais perigoso para os migrantes ‘irregulares’. Desde 2000, mais de 22 mil pessoas morreram em naufrágios neste mar.

A maior parte dos migrantes mortos afogados, asfixiados, de fome ou frio, nas portas da Europa, provinham da África setentrional e do Oriente Médio, segundo estatísticas da OIM.

“Mais de 112 mil imigrantes em situação irregular foram detectados pelas autoridades italianas nos primeiros oito meses de 2014, quase três vezes mais do que em todo ano de 2013”, alerta a OIM. Muitos destes imigrantes fogem de conflitos, perseguições e pobreza em seus países natais.

“Há um ano, o mundo assistia com horror à morte de cerca de 360 imigrantes que tentavam nadar até a costa da ilha italiana de Lampedusa. Infelizmente, o horror parece não acabar: até 500 imigrantes morreram ao longo de Malta, algumas semanas antes da publicação deste relatório” - lembrou o diretor-geral da OIM, William Lacy Swing.

No total, desde 2000, mais de 40 mil migrantes morreram tentando entrar na Europa, Estados Unidos, Austrália e outros países. Há um ano, o aumento do número de mortes é explicado com o incremento das vítimas no Mediterrâneo.

No entanto, estes números são considerados uma estimativa em baixa, dado que a Organização sabe que muitas mortes não são registradas. De fato, os analistas calculam que por cada corpo de um imigrante morto recuperado, há dois que nunca foram encontrados.

(CM)







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