"Pertence a Jesus quem leva com Ele a Cruz": diz Papa na homilia da manhã
Cidade
do Vaticano (RV) – “Ser cristão é ser cirineu e quem tem fé, se identifica nele.
Pertence a Jesus quem leva com Ele o peso da Cruz”: a reflexão feita pelo Papa na
homilia da manhã de sexta-feira, 26, se baseou no Evangelho de Lucas, em que Cristo
pergunta aos discípulos quem as multidões pensam que Ele é, e recebe as respostas
mais diversas.
“Este episódio – observou o Papa – demonstra que Jesus queria
que sua identidade ficasse velada. Em certas ocasiões, quando alguém se aproximava
para comunicá-la, Ele o detinha, assim como impediu várias vezes também ao demônio
de revelar a sua natureza de Filho de Deus, que veio para salvar o mundo. Fazia isto
para que – explicou o Papa – as pessoas não se equivocassem e pensassem que Messias
fosse um líder vindo para expulsar os romanos. Só quando estava sozinho com os doze
Apóstolos, Jesus começou a fazer a catequese sobre a sua verdadeira identidade”.
“É
necessário que O Filho do Homem sofra muito, seja rejeitado pelos anciãos, chefes
dos sacerdotes e escribas, seja morto e ressuscite. Este é o caminho de sua libertação.
Este é o caminho do Messias, do Justo: a Paixão e a Cruz. E lhes explica quem é. Eles
não querem entender e no Evangelho de Mateus, se vê que Pedro rejeita esta verdade:
‘Não, não! E Ele começa a revelar o mistério sobre a sua identidade: ‘Sim, em sou
o Filho de Deus. Mas este é o meu caminho: devo percorrer este caminho de sofrimento’”.
Esta – afirmou o Papa – é a “pedagogia” que Jesus usa para “preparar os corações
dos discípulos, os corações das pessoas... a entender este mistério de Deus”: “É
tanto o amor de Deus, é tão ruim o pecado, que Ele nos salva assim: com esta identidade
na Cruz. Não se pode entender Jesus Cristo Redentor sem a cruz: não se pode! Podemos
até chegar a pensar que é um grande profeta, que faz coisas boas, é um santo. Mas
o Cristo Redentor sem a Cruz não se pode entender. Mas os corações dos discípulos,
os corações das pessoas, não estavam preparados para entendê-lo. Não haviam entendido
as Profecias, não haviam entendido que justamente Ele era o Cordeiro para o sacrifício.
Não estavam preparados”.
É somente no Domingo de Ramos – observa o Papa
– que Cristo permite à multidão de dizer, “mais ou menos”, a sua identidade, com aquele
“Bendito o que vem em nome do Senhor”. E isto porque “se estas pessoas não gritam,
gritarão as pedras!”. Pelo contrário, é somente após a sua morte que a identidade
de Jesus aparece em plenitude e a “primeira confissão” vem do centurião romano, conta
Francisco, que conclui: “passo a passo”, Jesus “nos prepara para entendê-lo”. Nos
“preparar para acompanhá-lo com as nossas cruzes no seu caminho para a redenção”:
“Nos
prepara para sermos cirineus para ajudá-lo a carregar a cruz. E a nossa vida cristã
sem isto, não é cristã. É uma vida espiritual, boa... ‘Jesus é o grande profeta, também
nos salvou. Mas Ele e eu não...’. Não, tu com Ele! Percorrendo o mesmo caminho. Também
a nossa identidade de cristãos deve ser custodiada e não acreditar que ser cristãos
é um mérito, é um caminho espiritual de perfeição. Não é um mérito, é pura graça”.