Maringá (RV) - De 20 a 21 de setembro a Arquidiocese de Maringá acolheu o primeiro
encontro ecumênico do Paraná. O Concílio Vaticano II, no documento “Unitatis et Redintegratio”
afirma: “Hoje, em muitas partes do mundo, mediante o sopro da graça do Espírito Santo,
empreendem-se, pela oração, pela palavra e pela ação, muitas tentativas de aproximação
daquela plenitude de unidade que Jesus Cristo quis.
Por ‘movimento ecumênico’
entendem-se as atividades e iniciativas, que são suscitadas e ordenadas, segundo as
várias necessidades da Igreja e oportunidades dos tempos, no sentido de favorecer
a unidade dos cristãos. Tais são: primeiro, todos os esforços para eliminar palavras,
juízos e ações que, segundo a equidade e a verdade, não correspondem à condição dos
irmãos” (UR nº4).
A Igreja Católica incorpora-se oficialmente ao movimento
ecumênico a partir de 1960, quando o papa São João XXIII criou o Secretariado Romano
para a Unidade dos Cristãos.
No Brasil e no mundo existem vários organismos
de natureza ecumênica. O mais importante, no Brasil, é o Conselho Nacional de Igrejas
Cristãs (CONIC) , fundado em novembro de 1982, com sede em Brasília e cujo símbolo
é um barco. Seus membros são: "Igreja católica Apostólica Romana, Igreja Episcopal
Anglicana do Brasil, Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil, Igreja Presbiteriana
Unida do Brasil e Igreja Católica Ortodoxa Siriana do Brasil". Em Maringá contamos
somente com duas igrejas no movimento ecumenico: Igreja Luterana no Brasil e a Igreja
Católica Romana.
“A solicitude na restauração da união vale para toda a Igreja,
tanto para os fiéis como para os pastores. Afeta a cada um em particular, de acordo
com sua capacidade, quer na vida cristã quotidiana, quer nas investigações teológicas
e histéricas. Essa preocupação já manifesta de certo modo a união fraterna existente
entre todos os cristãos, e conduz à unidade plena e perfeita, segundo a benevolência
de Deus” (UR nº 05).
A conversão do coração é a condição número um para uma
caminhada ecumênica. “Por isso, devemos implorar do Espírito divino a graça da sincera
abnegação, humildade e mansidão em servir, e da fraterna generosidade para com os
outros. Também das culpas contra a unidade, vale o testemunho de S. João: ‘Se dissermos
que não temos pecado, fazemo-lo mentiroso e a sua palavra não está em nós’ (1 Jo.
1,10). Por isso, pedimos humildemente perdão a Deus e aos irmãos separados, assim
como também nós perdoamos àqueles que nos ofenderam” (UR nº 07).
É com este
espírito, que queremos caminhar juntos, buscando o que nos une e não o que nos divide.
Lamentavelmente, hoje ainda existem igrejas cristãs que não aceitam caminhar juntas
e têm medo de viver o testamento de Jesus: “Que todos sejam um para que o mundo creia”
(Jo 17,21).
Não se trata de uniformidade e sim de unidade, respeito pelas diferenças,
capacidade de tolerância, vontade de aprender com aquele que é diferente, que reza
e crê diferente. Esquecemos que tem um só e único Deus.
É uma vergonha para
nós cristãos quando ainda hoje acontecem ataques e agressões em nome de Deus. Que
o Espírito Santo, de Nosso Senhor, Único e Eterno Salvador nos ilumine no caminho
da comunhão e da unidade cristã.