2014-09-23 13:35:18

"Igreja sem fronteiras, mãe de todos" - Mensagem do Papa para Dia Mundial dos Migrantes e Refugiados


Foi publicada hoje a mensagem do Papa para o próximo Dia Mundial dos Migrantes e Refugiados a ter lugar no dia 18 de Janeiro de 2015, tendo como tema “Igreja sem fronteiras, mãe de todos” . Um tema assente na passagem do Evangelho que diz: “… era peregrino e acolheste-me” e que recorda que a Igreja tem por missão amar Jesus Cristo, particularmente nos mais pobres e abandonados, acolhendo a todos sem distinção nem fronteiras, para anunciar que Deus é amor. E neste óptica “ninguém deve ser considerado inútil, intruso ou descartável”.


Isto – escreve o Papa na sua mensagem – “assume um significado particular” nesta época “de tão vastas migrações (…). Não raro, porém, estes movimentos migratórios suscitam desconfiança e hostilidade, inclusive nas comunidades eclesiais”, embora isto esteja “em contraste com o mandamento bíblico de acolher, com respeito e solidariedade, o estrangeiro necessitado”. A tentação, prossegue o Papa é, muitas vezes, afastar-se das chagas do Senhor reflectidas na miséria humana, mas “a coragem da fé, da esperança e da caridade permite reduzir as distancias que nos separam dos dramas humanos” – diz o Papa, apelando, na linha de Paulo VI “os mais favorecidos a renunciar a alguns dos seus direitos, para poderem colocar, com mais liberalidade, os seus bens aos serviços dos outros”.

Os movimentos migratórios solicitam um aprofundamento e reforço dos valores necessários para a convivência harmoniosa entre pessoas e culturas. “Para isso não é suficiente a mera tolerância” – recorda o Papa. É preciso “a cultura do encontro, a única capa de construir um mundo mais justo e fraterno”.
O Papa recorda ainda que o movimento migratório, pela sua dimensão, mas também pelos problemas sociais que acarreta, interpela todos, Estados, Organizações Internacionais, Igreja a fim de se poder dar uma resposta sistemática e concreta, capaz de regular e gerir de forma eficaz o fenómeno.


A Mensagem louva os esforços feitos a diversos níveis, mas sublinha a necessidade duma acção mais incisiva e eficaz, uma rede universal de colaboração baseada na dignidade da pessoa humana e que ponha termo ao vergonhoso e criminoso tráfico de seres humanos.

À solidariedade, para com os migrantes e refugiados, frisa o Papa, há que unir uma ordem económica e financeira mais justa e maior empenho para a paz no mundo, condição indispensável de todo o verdadeiro progresso.

E o Papa conclui a sua mensagem dizendo aos migrantes e refugiados que têm um lugar especial no coração da Igreja e exorta-os a não perderem a confiança e a coragem.


(Texto integral da Mensagem na Secção "Mensagens, Homilias, Documentos")







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