2014-09-22 10:55:19

Sobrevivente do tufão Hayian conta sua história para RV. Ouça!


Manila (RV) – RealAudioMP3 Neste final de semana, o tufão Mário passou pelas Filipinas. Esta foi uma das cerca de 20 tempestades tropicais que todos os anos atingem esta região. Apesar da baixa intensidade, provocou os seus estragos: alguns rios transbordaram, cerca de 20% da cidade de Manila ficou alagada, escolas fechadas e milhares de pessoas evacuadas. Por ser um fenômeno tão frequente, fica a dúvida: fatalidade ou descaso político?

No caso do tufão Haiyan/Yolanda, de novembro de 2013, os moradores da cidade de Tacloban e arredores não foram informados de sua potência.

O capelão marítimo de Manila, Pe. Paulo Prigol, nos apresentou Lewina Tibe, que sobreviveu, com os seus dois filhos, ao Yolanda. Ela estava em Manila de férias, pois o marido reside na capital, e voltou para Tacloban quatro dias antes do tufão.

Lewina afirma que tudo começou muito cedo, às cinco horas da manhã. Circulavam vozes de que haveria um super tufão, mas para eles isso significa uma tempestade de nível dois ou três, fortes chuvas por algumas horas e a vida, depois, continua. Mas não foi assim naquele dia 8 de novembro. Pela primeira vez, Lewina sentiu medo, levantou da cama e acendeu a televisão para entender o que estava acontecendo. Às 6h30 já não havia luz. A água começou a entrar, preta e mal cheirosa. Eles tiveram problema para abandonar a casa, só conseguiram quando a força da própria água empurrou um objeto de madeira que estava fora da porta, que acabou por arrombá-la. Lewina e seus dois filhos se refugiaram na casa do vizinho, no segundo andar, com outras duas famílias. E ali ficaram por três dias. Decidiram ir para o aeroporto e seguir para Manila. No caminho, a cena era de destruição, havia corpos entre as ruínas. Lewina e as crianças ficaram na lista de espera para abandonar a cidade, com 800 pessoas à sua frente. Antes de embarcar, passaram duas noites e três dias no aeroporto.

Nos sobreviventes, as tragédias provocam traumas que talvez nunca sejam curados. Nas autoridades, provocam denúncias de corrupção que talvez nunca seja averiguadas e punidas. Milhões de dólares foram doados do mundo inteiro, mas a vida dessas pessoas pouco mudou. Eis então que a visita do Papa é, para o filipinos, motivo de gratidão e de esperança:

Depois da passagem de Yolanda, as pessoas não estão curadas, elas estão disfarçando seus sentimentos reais. O Papa será uma grande ajuda. As pessoas ainda não estão levando uma vida normal. Felizmente, nós não vemos mais aquele lugar. Para as pessoas que estão lá, não têm outra chance. Não estão 100% curadas. Com a vinda do Papa, as pessoas poderão ter uma nova oportunidade. Terão a oportunidade de lembrar novamente, pensar numa nova vida e tentar esquecer. O Papa será uma grande ajuda. Tacloban será muito grata ao Papa por ter sido a cidade escolhida. Estou chorando de felicidade”, afirma Lewina.

De Manila para a Rádio Vaticano, Bianca Fraccalvieri








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