Com mensagem contra a indiferença e pelo diálogo inter-religioso, Papa Francisco concluiu
a sua viagem à Albânia
Papa Francisco
concluiu domingo ao fim da tarde a sua visita à Albânia num centro social para menores,
nos arredores de Tirana, deixando uma mensagem contra a “indiferença” e pelo diálogo
inter-religioso. “A fé que opera na caridade move as montanhas da indiferença,
da incredulidade e da apatia e abre os corações e as mãos para fazer o bem e irradiá-lo.
Através de gestos humildes e simples de serviço aos pequeninos, passa a Boa Nova de
Jesus que ressuscitou e vive entre nós”, disse o Papa às crianças e voluntários reunidos
na igreja dedicada a Santo António. O trabalho deste centro assistencial foi apresentado
como exemplo de “caridade concreta” que consegue “levar luz e esperança a situações
de grave contrariedade”. “Além disso – acrescentou ainda o Papa - este Centro testemunha
que é possível uma convivência pacífica e fraterna entre pessoas pertencentes a várias
etnias e a diferentes confissões religiosas”. Neste sentido, Papa Francisco repetiu
os elogios que fez à sociedade albanesa do pós-comunismo pelo exemplo de convivência
entre credos religiosos, mostrando que “as diferenças não impedem a harmonia, a alegria
e a paz”. “As diferentes experiências religiosas abrem-se ao amor respeitoso e
eficaz para com o próximo; cada comunidade religiosa exprime-se através do amor e
não da violência; não se envergonha da bondade” e é capaz de “renunciar à vingança”,
sublinhou. O Papa reconheceu o trabalho da Comunidade Betânia no acolhimento a
“tantas crianças e adolescentes” carenciados, oferecendo-lhes “um ambiente sereno
e de pessoas amigas”. “O bem paga infinitamente mais do que o dinheiro, que, pelo
contrário, desilude porque fomos criados para acolher o amor de Deus e dá-lo, por
nossa vez, aos outros, e não para medir tudo em termos de dinheiro ou de poder”, observou. O
espírito de amor e de “sacrifício” ao serviço dos outros, disse o pontífice, não é
compreendido pela maior parte de uma sociedade que “procura freneticamente nas riquezas
terrenas, na posse e na diversão finalizadas em si mesmas a chave para a sua existência”,
encontrando pelo contrário “alienação e aturdimento”. “O segredo duma vida bem-sucedida
é amar e dar-se por amor”, concluiu, desafiando as comunidades católicas a continuar
o seu serviço aos pobres e abandonados.