Presidente do Congresso Judaico Mundial: "inaceitável o silêncio do mundo diante das
perseguições aos cristãos"
Roma (RV) – As perseguições que os cristãos estão vivendo são de fato um novo
genocídio. “No mundo existem grandes sofrimentos, antes foi a vossa vez, agora é a
nossa”. Palavras do Papa Francisco ao Presidente do ‘World Jewish Congress’ (Congresso
Judaico Mundial), Ronald S. Lauder, durante encontro realizado no final da tarde de
ontem, quarta-feira, véspera do Ano Novo judaico. Foi o próprio Lauder a falar sobre
o encontro, durante uma coletiva de imprensa convocada para sublinhar que “o mundo
não pode mais dar-se ao luxo de permanecer em silêncio” diante das tragédias destes
dias que atingem os cristãos no Oriente Médio.
“Este silêncio é inaceitável,
imoral, não pode mais ser tolerado”, declarou o líder do Congresso Judaico Mundial.
Ronald Lauder denuncia com veemência a indiferença, pois a vê de modo muito similar
àquela que caracterizou a perseguição aos judeus. “Primeiro os judeus sofreram selvagens
ataques e o mundo permaneceu em silêncio, agora são os cristãos que são aniquilados
e de novo o mundo fala pouco a respeito. Porque – questiona Lauder – o mundo não reage?”
Para
o líder judeu, também as modalidades de perseguição são similares. Durante a coletiva
de imprensa, ele mostra aos jornalistas um cartaz com a letra árabe ‘N’, que significa
‘nazareno’ e marca a casa dos cristãos iraquianos para assinalar a sua presença. “Não
é diferente – observa – da estrela amarela de Davi que os nazistas obrigavam a usar
para separar os judeus dos outros”.
Neste contexto da “terceira guerra mundial”
– como reiterou o Papa Francisco no encontro com o WJC – “os cristãos e os judeus
devem rezar juntos pelo mundo e pela paz no mundo”. O convite do Pontífice foi acolhido
por Lauder, que também foi convidado a rezar pelos refugiados iraquianos e sírios
que estão na Jordânia, os quais o líder judaico irá visitar em breve.
Lauder
salientou que “Israel é o único país no Oriente Médio onde os cristãos estão seguros”
e considera a ameaça do Estado Islâmico “perigosíssima”, defendendo que, “se não for
detida, vai se expandir a outros países”. (JE)