A coragem de reconhecermo-nos pecadores abre-nos ao perdão de Jesus – o Papa em Santa
Marta
A coragem de
reconhecermo-nos pecadores abre-nos ao perdão de Jesus – esta a mensagem principal
do Papa Francisco nesta quinta-feira em Santa Marta. A liturgia do dia, no Evangelho
de S. Lucas, apresenta-nos a pecadora que lava os pés de Jesus com as suas lágrimas
e enxugando-os com os seus cabelos. Jesus tinha sido convidado para a casa de um fariseu,
“uma pessoa de um certo nível e cultura” – salientou o Santo Padre. Mas, o fariseu
ao ver o comportamento desta mulher julga Jesus considerando que “se fosse um profeta
saberia quem é e de que género é a mulher que o toca – disse o Papa Francisco que
sublinhou o facto deste fariseu não ser má pessoa, só que não consegue compreender
o gesto daquela mulher:
“Não consegue compreender os gestos elementares: os
gestos elementares da gente. Talvez este homem tivesse esquecido como se acariciava
uma criança. Nas suas teorias, nos seus pensamentos, na sua vida de governo – porque
talvez era um conselheiro dos fariseus – tinha esquecido os gestos elementares da
vida, os primeiros gestos que nós todos, logo que nascemos, começamos a receber dos
nossos pais.”
Jesus – sublinha o Papa Francisco – repreende o fariseu com humildade
e ternura e perante o murmúrio escandalizado dos presentes diz à mulher: “os teus
pecados são perdoados. Vai em paz a tua fé te salvou”.
“A palavra salvação
– ‘A tua fé salvou-te! – di-la só à mulher, que é uma pecadora. E di-lo porque ela
conseguiu chorar os seus pecados, confessar os seus pecados, dizer ‘eu sou uma pecadora’,
dizê-lo a si própria. Não o diz àquela gente, que não era má: julgavam-se não pecadores.
Os pecadores eram os outros: os publicanos, as prostitutas... Estes eram os pecadores.
Jesus diz esta palavra – ‘tu estás salvo, tu estás salva’ – apenas a quem sabe abrir
o coração e se reconhece pecador. A salvação apenas entra no coração quando nós abrimos
o coração na verdade dos nossos pecados.”
“ E por isso reconhecer os próprios
pecados, reconhecer a nossa miséria, reconhecer aquilo que nós sabemos e aquilo que
nós somos capazes de fazer ou fizemos é precisamente a porta que se abre à carícia
de Jesus, ao perdão de Jesus, à Palavra de Deus: ‘Vai em paz, a tua fé te salvou!’,
porque foste corajosa, foste corajosa de abrir o teu coração Àquele que te pode salvar.”
(RS)