2014-09-17 18:48:33

Comunicado dos líderes das Igrejas do Oriente Médio sobre os direitos humanos dos cristãos no Iraque e Síria


Genebra (RV) – As violências perpetradas pelos fundamentalistas do Estado Islâmico representam “um crime contra a humanidade” porque são uma ameaça não somente para os cristãos, mas também para as outras religiões e para toda a comunidade internacional. Foi o que afirmaram os Patriarcas e Bispos das Igrejas Orientais, católicos e ortodoxos, nesta terça-feira, 16, da tribuna da sede da ONU em Genebra. Os líderes religiosos denunciaram com veemência “o genocídio”, “a morte de inocentes” e “outros graves abusos” em andamento no Oriente Médio, em particular no Iraque e na Síria, informa o L’Osservatore Romano.

Em um apelo – cujos primeiros signatários são o Patriarca dos Caldeus, Louis Raphaël I Sako, o Patriarca de Antioquia dos Sírios, Ignace Youssif III Younan e o Arcebispo sírio-ortodoxo de Mosul, Nicodemo Daoud Sharaf – os prelados pedem a intervenção da comunidade internacional para que seja garantida “segurança, assistência humanitária, financeira e social” e sobretudo “assistência médica e educação para as crianças”.

Os líderes cristãos inciam o apelo recordando antes de tudo a presença milenar de suas comunidades na região e voltam a denunciar a agressão motivada por “nossas crenças religiosas”. Um fato tanto mais grave, pois perpetrado pelos jihadistas “em nome de Deus”. Trata-se – salienta a nota – de uma “clara violação do fundamental direito humano à liberdade religiosa”. A ideologia com a qual os milicianos do Estado Islâmico do Estado Islâmico justificam a sua agressão é “fundamentalmente contrária aos direitos humanos pois leva ao genocídio, ao homicídio de inocentes e a outros graves abusos”. Neste sentido, “o Estado Islâmico é uma verdadeira ameaça não somente para cristãos e outros grupos étnicos e religiosos, mas para toda a sociedade no Oriente Médio e para a comunidade internacional”. Assim, “se não fortemente condenada e efetivamente destruída, esta ideologia acaba por prejudicar todo o sistema dos direitos humanos, criando um perigoso precedente de indiferença em relação à tutela das pessoas vulneráveis”. Também por isto “os massacres e as atrocidades cometidas no Iraque e na Síria, que atualmente permanecem impunes, constituem crimes contra a humanidade”.

Por conseqüência, “com base nas leis humanitárias internacionais, a comunidade internacional tem o dever de intervir e a responsabilidade de proteger a comunidade e os indivíduos atingidos, segundo as definições desenvolvidas nos últimos anos pela Assembléia Geral das Nações Unidas”. É recordada ainda, “que a responsabilidade de proteger se aplica quando o Estado – como na situação iraquiana – não é capaz de proteger os próprios cidadãos”.

Por isto, “os cristãos no Iraque não deveriam ser privados dos seus direitos como comunidade religiosa, como definido pela Declaração Universal dos Direitos do Homem. Os cristãos devem ser reconhecidos e tratados como cidadãos iguais aos outros. Eles têm o direito de permanecer na sua pátria e serem protegidos pelo Estado segundo um sistema jurídico compatível com os direitos humanos”. (OR - JE)








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