2014-09-16 17:27:54

Fome no mundo diminui mas ainda são 805 milhões os desnutridos


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Roma (RV) – O relatório Estado da Insegurança Alimentar (SOFI) apresentado nesta terça-feira, na sede da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO), revela que na última década 100 milhões de pessoas sairam da condição de subnutridas. Entretanto, hoje, no mundo ainda são 805 que não têm acesso a uma alimentação digna. Destes, 791 milhões estão nos países em desenvolvimento. O diretor-geral da FAO, José Graziano da Silva, analisa os novos números:

“É um progresso importante, estamos a caminho de atingir a meta de desenvolvimento do milênio. Para se ter ideia, em média, desde 1990, estamos reduzindo 0,5% ao ano o número de pessoas subnutridas, partindo de pouco mais de 1 bilhão de pessoas [em1990]. Hoje, existem 805 milhões de pessoas subnutridas. A meta seria atingida se nós conseguissemos aumentar esse 0,5% para 0,6%. Um pequeno aumento já seria suficiente. Na verdade, se nós continuarmos com a redução de 0,5% ao ano, nós vamos chegar perto da meta, com uma diferença de aproximadamente entre 1 e 2%”.

América Latina

O relatório destaca também os avanços no combate a fome na América Latina que, apesar do panorama positivo, ainda é a casa de 30 milhões de pessoas que não conseguem se alimentar com dignidade. Ou seja, 5,1% da população latino-americana passa fome.

“No caso da América Latina o progresso vem, sobretudo, da América do Sul, onde os governos se comprometeram em erradicar a fome até 2025 e colocaram em prática leis que asseguram o direito à alimentação”, completou Graziano.

O exemplo do Brasil

As políticas públicas de combate a fome no Brasil ganharam capítulo especial. O país não somente atingiu a meta de desenvolvimento do milênio (diminuir pela metade a proporção de pessoas que passam fome até 2015) assim como o objetivo mais árduo estabelecido pelo World Food Summit em reduzir pela metade o número absoluto de pessoas que passam fome.

"Particularmente, no caso do Brasil isso chama muito a atenção. O Brasil, por ter 200 milhões de habitantes, puxa os números [da América Latina] e o que nós vimos no Brasil durante toda a década passada, a partir do ano 2000, foi um forte decréscimo no número de pessoas subnutridas. Se tomarmos os triênios a partir de 2002, o decréscimo é de -1,7%, em 2005-2007, passa a -5%, mantém-se em -5% em 2009-2012 e aumenta para -5,1% no período recente, de 2011-2013", finalizou o diretor geral da FAO.


(RB)








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