Momento histórico para Moçambique: líder da Renamo reinsere-se na vida política do
país e assina o Acordo de paz
Afonso Dhlakama, líder histórico da RENAMO principal partido da oposição moçambicana,
abandonou esta quinta-feira a Serra de Gorongosa onde se encontrava no último ano
e meio na sequência das tensões politico-militares entre o Governo e a Renamo e dirigiu-se
para Maputo capital de Moçambique, onde foi recebido por milhares de partidários e
simpatizantes da Renamo, anunciou a AFP.
De 61 anos de idade Dhlakama reuniu-se
hoje, sexta-feira, com o presidente Armando Guebuza (foto) para ratificar o acordo
de paz já firmado entre representantes do Governo e a Renamo. O acordo prevê, entre
outras cláusulas, um cessar fogo efetivo entre as partes. "Nós estávamos à espera
deste momento há muito tempo", disse à AFP Elias Arnaldo, eminente membro. da RENAMO.
O regresso de Dhlakama dá-se no momento da aproximação das eleições gerais
em Moçambique marcadas para 15 de Outubro, eleições em que Dhlakama é um dos candidatos
à presidência.
O último encontro entre Dhlakama e Guebuza tinha ocorrido em
finais de 2011 em Nampula. Depois, eclodiram fortes tensões que causaram vários mortos.
ao longo de ano e meio.
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Ainda em Maputo uma sociedade
de agricultores portugueses recebeu do Governo moçambicano uma concessão de cerca
de 30 mil hectares de terra para a produção de soja e milho amarelo e para o fabrico
de rações para animais, no interior da província de Nampula, anunciou o administrador
português da INDIVEST em Lisboa, Daniel Lopes, citado pelo jornal Verdade. Daniel
Lopes, disse que os grandes desafios do grupo passam por uma eventual contribuição
à redução da dependência externa, a nível da aquisição de rações para a produção aviária.
Segundo
a mesma fonte, a aposta incide também no projecto de envolver o maior número possível
de produtores locais, prevendo-se a contratação de "cerca de 250 trabalhadores". De
acordo com a mesma fonte, o número de hectares concedidos poderá aumentar para cerca
de 200 mil, caso o projecto se revele viável para os investidores e para a população
moçambicana.