Vietnã, nação e Igreja as quais Francisco observa com atenção: diz arcebispo de Ho
Chi Minh City
Hanói (RV)
- O arcebispo de Ho Chi Minh City e presidente da Conferência Episcopal Vietnamita,
Dom Paul Bui Van Doc, conta – em entrevista à Radio Free Asia – seu recente
encontro com o Papa Francisco. O prelado participou da recente viagem apostólica do
Santo Padre à Coreia do Sul, na qualidade de representante e delegado da Igreja no
Vietnã.
"O que mais me impressionou" da recente viagem apostólica do Papa à
Corea, de 13 a 18 de agosto, para participar da Jornada Asiática da Juventude, foi
"a alegria" que o Pontífice manifestava em cada evento. Uma pessoa pronta para "o
diálogo, disponível, de mentalidade aberta e curiosa, em particular, no que se refere
ao Vietnã", nação e Igreja as quais Bergoglio observa com atenção, conhece seus problemas
e desdobramentos. "Durante todo o tempo de nossa conversação mostrou-se tranquilo
e à vontade", disse Dom Paul na referida entrevista, reporta AsiaNews.
Em
relação aos dias da Jornada Asiática da Juventude e aos eventos que caracterizaram
a visita do Papa Francisco, o presidente dos bispos vietnamitas afirmou que "a Igreja
na Coreia do Sul é uma Igreja viva, muito dinâmica (...), empenhada no anúncio da
Boa Nova". E o clero e a hierarquia eclesiástica "mostram uma grande eficiência, na
organização eclesial como em todo o resto".
Um segundo elemento forte que se
viu na jornada em Seul foi o "dinamismo" dos leigos coreanos, que "supera" a dos vietnamitas;
o papel deles "é muito importante" no seio da Igreja e de toda a comunidade eclesial.
"Há muitos jovens entusiastas – acrescentou Dom Paul – que se ofereceram como voluntários
na organização de cerimônias."
Por isso, o arcebispo de Ho Chi Minh City convida
os leigos do Vietnã a participarem "com renovado entusiasmo e dinamismo" das atividades
eclesiais, em particular, no que concerne ao "anúncio do Evangelho".
Condenando
o clericalismo que ainda resiste numa parte do mundo eclesiástico vietnamita, o presidente
dos bispos exorta "os padres a abandonarem essa atitude", e os fiéis, sobretudo jovens,
a "colaborarem sempre mais" na vida da Igreja.
Referindo-se ainda aos dias
vividos pelos jovens vietnamitas com o Papa Francisco durante a Jornada Asiática da
Juventude, o arcebispo recordo e ressalto "o grande entusiasmo", embora, em certos
aspectos, "a participação deles tenha sido menos intensa", e "não tenha tido tanta
visibilidade".
Por fim, o arcebispo da ex-Saigon acenou a uma possível viagem
do Papa ao Vietnã, que certamente não se dará antes "de 2016 ou nos anos sucessivos".
Dom
Paul explicou que Francisco não pretende certos aspectos na organização e no cerimonial,
porque "onde quer que vá se sente sempre à vontade, satisfeito e contente".
Mas,
é claro, concluiu, seria "necessária uma preparação de toda a Igreja" no Vietnã e
a identificação de áreas "suficientemente espaçosas" para acolher um grande número
de fiéis. (RL)