2014-09-02 18:07:11

Arcebispo Tomasi: é preciso frear autoproclamado Estado islâmico, corre-se o risco de efeitos devastadores


Genebra (RV) - No Iraque, os jihadistas sunitas do autoproclamado Estado islâmico teriam começado a retirar-se de uma série de vilarejos situados ao sul de Kirkuk. Por outro lado, a Anistia Internacional denuncia que os extremistas lançaram uma campanha de "limpeza étnica sistemática no norte do País do Golfo, tornando-se responsáveis por crimes de guerra" contra as minorias étnicas e religiosas. Diante dessa situação, o Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas decidiu esta segunda-feira enviar uma missão ao Iraque. A propósito, eis o que disse o observador permanente da Santa Sé no escritório da ONU em Genebra, na Suíça, Dom Silvano Maria Tomasi, entrevistado pela Rádio Vaticano:

Dom Silvano Maria Tomasi:- "A comunidade internacional fala do dever de proteger os direitos fundamentais destas pessoas através daqueles meios que ela mesma adotou como Nações Unidas, Conselho de Segurança, Conselho de Direitos Humanos, e assim por diante. Concluiu-se aqui, em Genebra, a sessão especial do Conselho de Direitos Humanos sobre o Iraque. Por consenso, foi aprovada uma resolução que pede que seja enviada uma missão de investigação ao Iraque para documentar as violências perpetradas, de modo a poder levar os culpados ao tribunal e não aceitar a impunidade, que poderia, depois, favorecer outros grupos a cometer as mesmas atrocidades."

RV: Portanto, a seu ver, está aumentando a consciência da periculosidade do autoproclamado Estado islâmico?

Dom Silvano Maria Tomasi:- "O fato de haver esta reação coordenada e universal de condenação, parece-me revelar que o perigo não está limitado simplesmente ao norte do Iraque e às comunidades que são atacadas diretamente, mas que deixando que sigam adiante com suas conquistas no território se cria uma ameaça muito mais ampla que poderia repercutir até mesmo através daqueles mercenários provenientes da Europa e de outros países, com efeitos devastadores."

RV: Como os repetidos apelos do Papa em favor da paz foram acolhidos?

Dom Silvano Maria Tomasi:- "Creio que a força com a qual o Papa Francisco exortou publicamente convidando à oração e a conhecer a situação, tenha influenciado a opinião pública dos Estados no sentido de começarem a se mobilizar e a fazer algo de concreto que possa desarmar a mão do injusto agressor." (RL)







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