2014-08-29 13:07:32

Papa recebe sacerdote argentino, Pároco em Gaza


RealAudioMP3 Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco recebeu, na manhã desta sexta-feira, na Casa Santa Marta, onde reside no Vaticano, o Padre argentino Jorge Hernandez, do Instituto do Verbo Encarnado, Pároco em Gaza, na Palestina. Um encontro intenso, onde foram recordados os dramáticos momentos destas últimas semanas. Após o encontro, o sacerdote falou aos microfones da Rádio Vaticano:

Pe Hernández: “Para nós foi uma graça. Não é a primeira vez, pelo contrário. Durante a guerra o Papa Francisco sempre esteve próximo de nós. Até mesmo nos enviou um e-mail que nós traduzimos imediatamente em árabe e assim pode chegar a todas as comunidades cristãs, que o agradeceram enormemente! Sabe, um pensamento assim, num momento deste tipo, é uma grande consolação, um alívio. E agora o fato de que nos tenha chamado para um encontro pessoal com ele, para nos fazer entender, sentir a sua proximidade, a sua palavra, o seu encorajamento para sermos – e esta é em síntese a mensagem – a sermos sal da terra em Gaza”.

RV: Alguma palavra do Papa Francisco o tocou em particular neste encontro?

Pe. Hernández: “Justamente sobre o testemunho cristão. Ele disse: ‘o Evangelho exige sacrifícios que Jesus Cristo pede a cada um de nós, em diversos locais. A vocês é testemunhar Jesus Cristo ali, na terra que o viu sofrer, que o viu morrer e que também o viu ressuscitar. Portanto, força, coragem, em frente!’. Foram estas as palavras do Papa Francisco que nos tocaram profundamente”.

RV: Então, sobretudo palavra de encorajamento a manter este testemunho forte nesta terra assim martirizada pela dor….

Pe. Hernández: “Sim, sobretudo na vida vivida na dor. O Papa Francisco tem consciência do fato de que nós somos minoria: falamos de 1.300 cristãos entre dois milhões de habitantes, dos quais apenas 136 são católicos. Assim, a nossa paróquia compreende 136 fiéis. Evidentemente, as nossas relações com os ortodoxos são absolutamente boas: nós não fazemos diferença, mas isto já é sabido. E seguimos em frente assim”.

RV: Claramente, o Papa Francisco deu tudo de si pela paz na Terra Santa, com a sua viagem, e também a imagem muito forte no Muro de Belém e após o encontro de paz aqui, a poucos metros, nos Jardins Vaticanos. Como é percebido, também pelos não-cristãos, este esforço de Francisco?

Pe. Hernández: “É um compromisso de vida, um compromisso existencial e concreto, de dizer que a paz é possível, que todos os dois povos podem viver em paz, testemunhando sobretudo o Príncipe da Paz, que é Jesus Cristo. Os frutos da peregrinação do Papa nós vemos já agora e os veremos mais adiante: o fato de ter conquistado os corações das pessoas, de ter colocado uma palavra boa para todos, os dois Estados, foi para todos nós uma graça imensa”.

RV: Agora existe uma trégua, após tantos mortos, após tanta violência. Qual a esperança em relação a esta trégua? O que a população, os fiéis da paróquia, esperam dela?

Pe. Hernández: “Nós esperamos que seja duradoura, longa, que seja para sempre. Basta ver o sofrimento dos dois povos.... e é necessário entender uma coisa, que absolutamente é necessário entender: uma guerra, ninguém vence. Ninguém. Cada uma das duas partes deverá pagar as conseqüências, de um modo ou de outro... Porém, fundamentalmente, em uma guerra ninguém a ganha: todos a perdemos. Esperemos que Deus nos abençoe com a força necessária para recomeçar do zero”.

RV: Que apelo o senhor poderia fazer aos ouvintes da Rádio Vaticano, em favor de sua população, pela sua terra?

Pe Hernández: “Sobretudo de procurar construir a paz na justiça. A paz é possível, a paz requer sacrifícios, requer o testemunho de um e de outro e o reconhecimento do próximo. Porém, é possível. Sobretudo para os cristãos, não é mesmo? Nós somos cristãos, somos seguidores do Príncipe da paz, na terra de Jesus Cristo: pensemos em Israel, pensemos na Palestina....Portanto, sermos fortes e firmes no testemunho que Jesus nos pede, que quer que o demos ali: quer em israel quer na Palestina. Eu gostaria de acrescentar uma palavra de agradecimento: eu não sei como agradecer a tantas pessoas da Itália, de todo o mundo, que estiveram próximas de nós. Sobretudo os doentes, que ofereceram os seus sofrimentos, rezando e suplicando por esta paz. Nós, todos os cristãos das paróquias de Gaza, seguidamente rezamos pelas pessoas que rezam por nós, quer na Missa, que com o terço, quer na Adoração Eucarística... Assim, quero aproveitar somente para dizer obrigado e que Deus os abençoe”. (MT – JE)









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