2014-08-27 13:42:18

Cessou a guerra em Gaza após 50 dias


Gaza (RV) - Cessou a guerra em Gaza após 50 dias: o Egito conseguiu o acordo entre Hamas e Israel para um cessar-fogo “ilimitado”. Desde o início da noite de ontem as armas começaram a se calar: uma exceção, um fogo intenso de foguetes a partir da Faixa de Gaza contra vilarejos perto da fronteira com o enclave palestino. Últimas vítimas: Dois civis israelenses atingidos por um morteiro e três palestinos em Gaza pelo bombardeio de resposta do Estado hebraico. Assim termina a mais longa operação israelense contra a Faixa de Gaza, que começou no dia 08 de julho, após o contínuo disparo de foguetes a partir de Gaza.

Alimentos, medicamentos e outras necessidades básicas são esperados na Faixa de Gaza para dar alívio à população palestina exausta de 50 dias de bombardeios; exausta como a população israelense que viveu, especialmente nas regiões do sul e do centro do país, sob a chuva de foguetes e morteiros. A ajuda humanitária para Gaza passará pelas fronteiras israelenses e pela fronteira egípcia de Rafah. Esta passagem doravante vai permanecer aberta não sob o controle de Hamas, que governa Gaza, mas da Autoridade Palestina do Presidente Abu Mazen.

A solução dos problemas que estão na base do conflito é transferida às negociações indiretas entre as partes que deverão ter início dentro de um mês; referem-se aos pedidos palestinos do fim do bloqueio com a reabertura do porto de Gaza e do aeroporto internacional, a extensão do limite marítimo de pesca, um corredor terrestre entre Gaza e a Cisjordânia. E ainda sobre a desmilitarização da Faixa de Gaza, ou seja, o desarmamento de Hamas e de outros grupos de milicianos, com o desmantelamento da rede de túneis que chega até a fronteira, uma exigência de Israel.

Problemas difíceis que explicam a razão porque em Israel o acordo de trégua foi recebido com cautela, e até mesmo com aberto dissenso, particularmente pelas comunidades próximas a Gaza que sofreram o maior impacto do conflito. Assim, a popularidade do primeiro-ministro Netanyahu está em queda livre, passando de 82% do início das operações terrestres em Gaza para 38%.
Ao contrário, grande alegria da população palestina de Gaza: pelas ruas os fundamentalistas islâmicos reivindicaram a vitória. Portanto, são momentos marcados pela cautela, mas cheios de esperança. Positivas em todo o mundo as reações ao cessar-fogo conseguido com a mediação do Egito, e com os esforços diplomáticos de vários países, especialmente os Estados Unidos. O Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon diz que qualquer violação seria irresponsável e espera que o acordo de trégua seja observado.

Em 50 dias de guerra, o conflito em Gaza provocou mais de 2.000 mortes, das quais um quarto de crianças. E depois há crianças vítimas de deficiência ou de traumas difíceis de se cancelar. A Rádio Vaticano ouviu o Padre Raed Abusahlia, Diretor da Caritas Jerusalém, de retorno de uma missão a Gaza:

R. - Esta guerra de 50 dias produziu uma situação terrível em Gaza. Antes de tudo as mortes - mais de 2.200 - a maioria civis, e entre eles mais de 550 crianças, 300 mulheres, mais de 200 idosos ... E também os feridos, que são mais de 11 mil e um terço deles permanecerá com deficiências. Portanto, para reconstruir o que aconteceu em 50 dias serão necessários pelo menos entre 7 e 10 anos. Hoje, um quarto da população de Gaza vive em escolas e há mais de 15 mil famílias que quando retornarão não encontrarão suas casas, que foram completamente destruídas e outras 30 mil habitações ficaram parcialmente danificadas. Em Gaza, há 400 mil crianças que frequentam a escola: quando começará para elas o ano escolar? Todas as escolas, de fato, estão cheias de desabrigados.

P. - O que pode fazer a Caritas por essas crianças?

R. - Nós, como Caritas, abrimos o nosso Centro médico em Al Shati Camp, e todos os dias temos entre 150 e 200 casos, a maioria crianças com diferentes problemas de saúde. Além disso, a maior parte das crianças de Gaza vive nas escolas, em uma atmosfera difícil ... Os nossos voluntários da Caritas organizaram para elas momentos de diversão durante o dia, para levar um clima de alegria às crianças que vivem ali há semanas. (SP)








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