A Igreja é una e santa – o Papa na audiência geral alertou para o pecado grave da
divisão
A Igreja
é una e santa – foi este o tema da catequese do Papa Francisco na audiência geral
desta quarta-feira dia 27 de agosto:
“É una porque tem a sua origem em Deus
Trindade, mistério de unidade e comunhão plena. A Igreja é pois santa, fundada em
Jesus Cristo, animada pelo seu Espírito Santo, repleta pelo seu amor e pela sua salvação.
Ao mesmo tempo, contudo, é composta por pecadores, que fazem experiência em cada dia
das próprias fragilidades e das próprias misérias.”
A unidade e santidade não
são obra nossa mas provêm de Deus – afirmou o Santo Padre. Na verdade, Jesus, quando
estava para oferecer a sua vida por nós, rezou ao Pai pela unidade da Igreja, pedindo
que todos os seus discípulos vivessem unidos com a Santíssima Trindade e uns com os
outros.
“É aquilo que somos chamados continuamente a reler e meditar, numa
das páginas mais intensas e comoventes do Evangelho de João, o capítulo dezassete.
Como é belo saber que o Senhor, antes de morrer, não se preocupou consigo próprio,
mas pensou em nós!”
Dos crentes da Igreja primitiva diz-se que formavam «um
só coração e uma só alma» - recordou o Papa Francisco – e S. Paulo não se cansa de
lembrar aos fiéis das suas comunidades que são todos «um só corpo». Entretanto
a experiência mostra-nos que há tantos pecados contra a unidade – continuou o Santo
Padre:
“E não pensemos apenas nas heresias ou nos cismas, mas em faltas muito
mais comuns, nos pecados “paroquiais”: com efeito, as nossas paróquias, chamadas a
ser lugares de partilha e comunhão, infelizmente aparecem marcadas por invejas, ciúmes,
antipatias. É verdade que isso é humano, mas não é cristão!”
O Papa Francisco
recordou neste momento as divisões entre os cristãos e afirmou que a divisão é um
dos pecados mais graves numa comunidade cristã, porque torna-a sinal, não da obra
de Deus, mas da obra do diabo.
“Numa comunidade cristã, a divisão é um dos
pecados mais graves, porque torna-a sinal não da obra de Deus, mas do diabo o qual
é, por definição, aquele que divide, arruína as relações, insinua preconceitos…”
Desta
forma, o Santo Padre afirmou que Deus, pelo contrário, quer que cresçamos na capacidade
de nos acolhermos, perdoarmos e amarmos, para nos parecermos cada vez mais com Ele
que é comunhão e amor. O Papa Francisco terminou a sua catequese formulando uma prece:
“Peçamos
sinceramente perdão por todas as vezes em que fomos ocasião de incompreensão no interior
das nossas comunidades, conscientes de que não se alcança a comunhão senão através
da uma contínua conversão.”
O Papa Francisco saudou também os peregrinos de
língua portuguesa presentes nesta audiência:
“Saúdo cordialmente os peregrinos
de língua portuguesa, de modo especial os grupos brasileiros de Porto Alegre e de
Santo André, que aqui vieram movidos pelo desejo de afirmar e consolidar a sua fé
e adesão a Jesus Cristo: o Senhor vos encha de alegria e ilumine as decisões da vossa
vida, para realizardes fielmente a vontade do Pai celeste a vosso respeito. Rezai
por mim. Não vos faltará a minha oração e a Bênção de Deus.”