Gaza (RV) - Mais violência em Gaza. Também o dia de ontem, quinta-feira, foi marcado
pelo lançamento de foguetes em direção do território hebraico e ataques aéreos israelenses.
Nenhuma novidade no que diz respeito às negociações.
O conflito parece ter
entrado em uma fase ainda mais aguda após a tríplice ameaça da milícia Ezzedin el
Kassem, o braço armado de Hamas, lançada pelo seu porta-voz Abu Obeida: a primeira,
destinada às companhias aéreas internacionais, de não se aproximarem a partir das
6h locais de hoje (meia-noite no Brasil) do aeroporto de Tel Aviv (mas vários companhias
já anunciaram que não pretendem suspender os voos). Segunda ameaça: à população israelense
para evitar lugares cheios de gente, como os estádios; a terceira aos habitantes do
Negev, a região mais próxima a Gaza, de deixarem suas casas até novo aviso. Ameaças
que, camufladas por uma preocupação de não colocar em perigo vidas humanas, deixam
entender que o arsenal de mísseis palestinos não foi neutralizado pelos ataques aéreos
e pelas operações de terra israelenses.
De fato, somente nesta quinta-feira,
foram lançados mais de 160 foguetes a partir de Gaza sobre o território israelense;
somente 20 foram interceptados pelo sistema de auto-defesa Iron Dome, o que obrigou
centenas de milhares de pessoas a procurar abrigo em refúgios.
Por outro lado,
a reação israelense se concentrou em 120 bombardeios aéreos contra alvos considerados
ofensivos. Os ataques causaram mais vítimas civis: 20 os mortos, incluindo duas crianças.
O gabinete ministerial de defesa, reunido pelo premier Netanyahu, discutiu por várias
horas sobre como enfrentar a situação e não sem contrastes sobre a oportunidade de
retomar as operações terrestres, já que a quilométrica rede subterrânea de túneis
não foi completamente neutralizada e que falhou a tentativa de matar o líder das milícias
de Hamas, Mohammed Deif. (SP)