Genebra (RV) - A Alta comissária da ONU para os Direitos Humanos denunciou
nesta quinta-feira, 21, a incapacidade do Conselho de Segurança em acabar com os conflitos,
principalmente devido ao privilégio concedido aos interesses nacionais. “Nem sempre
houve uma decisão forte e de princípios dos membros do Conselho para acabar com as
crises”, declarou ao Conselho de Segurança Navi Pillay, que renunciou depois de seis
anos à frente da Comissão.
“Eu realmente acredito que uma resposta forte deste
Conselho poderia salvar centenas de vidas”, disse Pillay. A sul-africana também considerou
que o uso do direito de veto é “uma tática de curto prazo e, em consequência disso,
contraproducente”. Ela pediu que os 15 Estados-membros “desenvolvam um conceito mais
amplo do que o de interesse nacional”.
O uso do veto pelos cinco membros permanentes
do Conselho -Grã-Bretanha, França, Rússia, China e Estados Unidos- revela as profundas
divisões entre o grupo. Em maio, a Rússia e a China vetaram um projeto de resolução
que teria permitido ao Tribunal Penal Internacional (TPI) abrir processos na Síria
por crimes de guerra. Os Estados Unidos, que habitualmente vetam resoluções contra
Israel, bloquearam recentemente um texto particularmente forte sobre o conflito em
Gaza.
O Conselho de Segurança enfrenta atualmente uma série de crises internacionais,
incluindo os conflitos no Iraque, Síria, Gaza, Sudão do Sul, Ucrânia e República Centro-Africana.
(SP-AFP)