Iraque: reviravolta na crise com o assassinato de jornalista
Cidade
do Vaticano (RV) – A crise no Iraque pode ter uma reviravolta. Após o bárbaro
assassinato de James Foley, o jornalista estadunidense decapitado pelos jihadistas
do Estado Islâmico, o Presidente Obama disse que os Estados Unidos vão reagir. Enquanto
isso, no país continua dramática situação de dezenas de milhares de cristãos, yazidis
e outras minorias expulsos pelos extremistas em direção do Curdistão. Depois de tê-los
encontrado nos últimos dias, o enviado do Papa, o Cardeal Fernando Filoni, retornou
nesta quarta-feira à noite a Roma e hoje se encontrou com o Santo Padre. Precisamente
ontem, no final da audiência geral o Papa Francisco lançou um novo apelo:
“Convido
todos vocês a se unirem à oração de toda a Igreja por aquelas comunidades da Ásia
que eu acabei de visitar, como também por todos os cristãos perseguidos no mundo,
em particular no Iraque, também por aquelas minorias religiosas não-cristãs, também
elas perseguidas”.
Dura a reação do Presidente Obama ao assassinato de
Foley. No Iraque prosseguem os bombardeios estadunidenses.
A Casa Branca confirmou
a autenticidade do vídeo da execução de James Foley e o Presidente Obama, em um breve
comunicado, disse que a justiça será feita e que a milícia do Estado Islâmico aspira
a “cometer um genocídio” e por este motivo - acrescentou - para eles, “não há lugar
no século 21”, “eliminarmos esse câncer”.
Alarme de uma onda de terrorismo
do conflito iraquiano se amplia também aos países europeus depois que, como fica claro
a partir do vídeo da decapitação do jornalista James Foley, quem realizou teria um
sotaque britânico. Particular esse confirmado também pelo serviço de inteligência
de Londres.
O ministro britânico do Exterior, Philip Hammond, disse que o governo
está ciente da presença de britânicos “em números significativos” entre os extremistas
que atuam no exterior. Em particular, o extremista que decapitou o jornalista estadunidense
seria o líder de uma célula de combatentes.
Enquanto isso, no terreno não
muda a estratégia ocidental: a Itália deu sinal verde para o envio de armas aos curdos.
Prosseguem também os ataques aéreos dos Estados Unidos sobre as posições dos jihadistas,
cerca quinze nas últimas 24 horas. O Pentágono também está considerando o envio de
“um pequeno número de tropas adicionais”. “Vamos continuar a perseguir uma estratégia
de longo prazo”, confirmou o Presidente Obama.
Sobre a ameaça aberta e o desafio
que o Estado Islâmico quis lançar aos Estados Unidos, a Rádio Vaticano ouviu Dennis
Redmont, Responsável pela comunicação do Comitê Itália-EUA:
R. - Este desafio
com o mundo islâmico sempre existiu: não podemos esquecer os acontecimentos de Nova
York e do World Trade Center. Não podemos esquecer ainda a guerra contra os jornalistas,
seja no Paquistão ou em outros países: 70 jornalistas morreram na Síria desde o início
das hostilidades. Da mesma forma, nesta guerra assimétrica se usa a imprensa, que
atua como uma caixa de ressonância para atingir a opinião pública. No caso de Foley,
era um jornalista muito experiente e, por conseguinte, tinha ligações com muitos centros.
O grupo Isis pensou que teria sido espetacular executar a sentença, enquanto ele vestia
um uniforme que recorda o uniforme dos prisioneiros de Guantánamo. (SP)