Card. Filoni no Iraque: cristãos e minorias correm riscos se não houver intervenção
Bagdá (RV) – O Cardeal Fernando Filoni, Prefeito da Congregação para a Evangelização
dos Povos e Enviado Pessoal do Papa, prossegue a sua missão entre os refugiados no
Iraque. Atualmente se encontra em Irbil, no Curdistão. Amanhã, terça-feira, irá à
Bagdá onde entregará uma mensagem do Papa ao Presidente iraquiano. O Cardeal falou
com a Rádio Vaticano sobre a situação dos refugiados: Card. Filoni: “Dia
após dia se vê que, mesmo na precariedade, se encontram soluções oportunas para facilitar
a presença deste mais de vinte mil refugiados aqui em Irbil, sobretudo na cidade de
Ankawa, uma cidade quase que totalmente cristã caldeia, onde foram hospedados em vários
lugares, dos jardins próximos à igreja á própria igreja, nos locais de catecismo,
e mesmo nos centros que foram colocados à disposição mas onde, obviamente, se deve
enfrentar os problemas de estrutura: pensemos aos banheiros, chuveiros....aqui faz
48º C! Portanto, as exigências destas pessoas são bens de primeira necessidade. Naturalmente,
após esta primeira organização, começa a surgir mais forte o problema do futuro. Assim,
estamos um pouco nesta situação. Todas as autoridades nos garantiram a sua colaboração.
È necessário pensar que aqui no Iraque hoje existe 1 milhão e 200 mil refugiados,
400 mil crianças, pessoas pertencentes a vários grupos religiosos e étnicos... E depois
existe todo o problema da segurança e isto envolve a presença das autoridades e a
segurança destes mesmos locais. Depois, tem toda a questão dos ‘peshmerga’ que estão
procurando retomar e controlar os territórios que precedentemente não estavam sob
o controle deles”. RV: O Patriarca Caldeu Sako lançou um apelo à comunidade
internacional para liberar os povoados ocupados pelos jihadistas. O senhor se uniu
a este apelo... Card. Filoni: “Sim. Com efeito, fazendo um giro sobretudo
na parte norte, constatamos as situações precárias que foram criadas. Gostaria de
dizer que existem questões relativas justamente à certeza por parte destas pessoas
de pode viver, mesmo se em locais de refúgios, mas de qualquer forma, em segurança.
Da nossa parte, o que solicitamos – eu, enquanto cardeal, o patriarca e os bispos
– o fizemos em nome de todas as pessoas, que em todos os lugares por onde andamos
nos pediram isto. Aquilo que o patriarca colocou por escrito é exatamente aquilo que
os cristãos disseram. Portanto, não somos nós porta-vozes de alguma coisa nossa, mas
de vozes que surgiram em todos os locais por onde andamos, quer entre católicos, cristãos,
yazidi, outras minorias. Isto eu gostaria de dizer com clareza, pois me parece oportuno
que sejam compreendidas as exigências e desejos de todas as pessoas que encontramos”. RV:
Existe o perigo que os cristãos e as outras minorias religiosas estejam a risco no
Iraque caso não se fizer nula? Card. Filoni: “Certo! È este o gravíssimo
problema! Portanto, por isto que diremo que o apelo mesmo pede uma intervenção urgente,
que depois, faz eco àquilo que o Santo Padre pediu escrevendo às Nações Unidas”. RV:
O senhor sabe que o Papa rezou pelo senhor na manhã de hoje, em Seul? Card.
Filoni: “Não, é uma notícia que você me dá agora...” RV: O Papa
ao final da Oração dos Fiéis, disse estas palavras: “...Pelo Cardeal Fernando Filoni
que deveria estar entre nós, mas que não pode vir pois foi enviado pelo Papa ao povo
sofredor do Iraque, para ajudar os perseguidos e despojados, e a todas as minorias
religiosas que sofrem naquela terra. Que o Senhor lhe seja próximo em sua missão”.
Estas foram suas palavras. Card. Filoni: “...aproveito esta ocasião,
obviamente para agradecer… fico um pouco emocionado em saber disto…” RV:
São palavras muito bonitas ditas em um momento particular, durante a Missa pela paz
e a reconciliação.... Card. Filoni: “Tenhamos presente que mais que as
pessoas, o povo daqui tem necessidade de ser apoiado. Ontem de noite, quando celebramos
uma grande Missa aqui em Irbil com a Igreja muito cheia, onde manifestei a proximidade
por parte do Santo Padre, o afeto, o encorajamento. Não estávamos somente nós, daqui,
os refugiados e a comunidade cristã de Irbil, mas em qualquer lugar aonde andamos
dissemos para unirem-se espiritualmente a este nosso ato de culto, e portanto, mesmo
se eram dispersos nos vários povoados, nós os tínhamos presentes neste momento particular
da Missa em favor dos refugiados, em apoio às suas vidas. Portanto, éramos um pouco
uma comunidade presente, mas também os ausentes estavam espiritualmente presentes”.
(JE)