Guerra em Gaza – o testemunho do Padre Hernandez da paróquia da “Sagrada Família”
E a guerra
continua em Gaza. O Hamas recusou a trégua humanitária de quatro horas anunciada por
Israel. Duríssima a condenação do secretário-geral das Nações Unidas ao ataque de
Israel a uma escola da ONU: “ato injustificável” e “escandaloso” – foi o que disse
Ban Ki moon que condenou também o Hamas por esconder as suas armas nos edifícios escolares
de Gaza. E os cristãos continuam a sofrer com esta tragédia. Gabriella Ceraso nossa
colega da redação italiana da Rádio Vaticano ouviu telefonicamente o pároco da Sagrada
Família, padre Jorge Hernandez:
"Infelizmente, o movimento da resistência
está sempre perto das casas e pelas ruas. Este foi o nosso problema desta segunda-feira:
a um certo ponto, não podíamos mais sair de casa. Depois começaram os bombardeamentos.
Uma casa aqui, próxima da igreja, foi atingida, com graves consequências sofridas
também pela casa paroquial e pela escola."
"Não podemos sair
daqui: como podemos sair daqui levando trinta crianças portadoras de deficiência e
nove pessoas idosas? Não é possível! Inclusive porque não se trata de órfãs, não somos
responsáveis por elas. De facto, sem autorização não podemos fazer isso. Alem disso,
sair pelas ruas é perigoso... Portanto, estamos aqui procurando resistir."
O
padre Jorge Hernandez referiu-se ainda ao apelo para a paz no domingo passado feito
pelo Papa Francisco:
"É um conforto para nós a proximidade do Papa. É
necessário que alguém diga "Basta!" e que se dê um fim a este massacre, que é chocante.
Tivemos uma graça, uma delicadeza do Papa Francisco que, há dias atrás, nos enviou
um e-mail em que manifestava a sua proximidade à paróquia e nos assegurava a sua oração
por todos os cristãos. Demos a notícia do e-mail a todos os párocos e aos cristãos,
que, evidentemente, se sentiram muito confortados. Foi algo importante para nós. Infelizmente,
nem sempre o Papa é ouvido. Outro dia vivemos uma tragédia: a casa de uma família
cristã foi bombardeada, a mãe morreu, o pai ficou ferido e o filho mais velho, que
também estava em casa, encontra-se agora no hospital lutando entre a vida e a morte.
Nos hospitais aqui em Gaza não há meios, falta espaço, não há equipamentos necessários...
Esta é a nossa situação." (RS)