Papa em Caserta: Quem encontra o Reino de Deus, muda as atitudes, respeita os outros
e o ambiente, rejeita o mal
Cidade do Vaticano
(RV) – Na tarde deste sábado, 26, o Papa Francisco realizou uma visita pastoral
à cidade italiana de Caserta. Partindo do Vaticano de helicóptero às 15 horas, o Pontífice
aterrissou no Heliporto da Aeronáutica militar 45 minutos após, sendo recebido por
autoridades civis e religiosas. Após o encontro com os sacerdotes da diocese, Bergoglio
passeou no meio da multidão a bordo do Jeep branco papal. Às 18 horas, presidiu a
Missa na Praça diante da Régia da Calábria.
No dia em que a Igreja festeja
Santa Ana, padroeira de Caserta, o Papa desenvolveu sua homilia partindo das duas
Parábolas propostas pelo Evangelho – que tem como protagonistas o trabalhador pobre
e o rico mercador -, onde Jesus ensina “o que é o reino dos céus, como ele é encontrado
e o que se deve fazer para possuí-lo”. O Santo Padre, falou das mudanças de atitude
que ocorrem com quem descobre o tesouro, que incluem atenção aos desfavorecidos, respeito
pelo ambiente e a negação de diversas formal do mal.
Ao falar sobre “o que
é o reino dos céus”, Bergoglio explicou que Jesus o enuncia desde o início, dizendo
“que está próximo”, nunca o fazendo ver diretamente, mas sempre usando parábolas e
figuras, como o modo de agir de um patrão, de um rei, das dez virgens e preferindo
mostrar seus efeitos, como “capaz de mudar o mundo, como o fermento escondido na massa;
pequeno e humilde como uma semente”, e assim por diante. “O Reino de Deus – observou
o Papa – se faz presente na própria pessoa de Jesus”:
“É Ele o tesouro escondido
e a pérola de grande valor. Se compreende a alegria do agricultor e do mercador: a
encontraram! É a alegria de cada um de nós quando descobrimos a proximidade e a presença
de Jesus na nossa vida. Uma presença que transforma a existência e nos torna abertos
às exigências dos irmãos; uma presença que nos convida a acolher cada outra presença,
também aquela do estrangeiro e do migrante”.
Ao explicar sobre “como se
encontra o reino de Deus”, Francisco diz que cada um de nós tem um caminho particular,
o que nos recorda que “Deus se deixa encontrar, porque é Ele que nos busca e se deixa
encontrar também por quem não o procura”:
“Às vezes Ele se deixa encontrar
em lugares insólitos e em tempos inesperados. Quando se encontra Jesus se fica fascinado,
conquistado, e é uma alegria deixar o nosso modo de viver cotidiano, às vezes árido
e apático, para abraçar o Evangelho, para deixar-se guiar pela lógica nova do amor
e do serviço humilde e desinteressado”.
Refletindo sobre o terceiro ponto,
“o que fazer para possuir o reino de Deus”, o Papa Bergoglio reitera a importância
de se colocar “Deus em primeiro lugar na nossa vida”. E isto significa ter a coragem
de dizer “não ao mal, à violência, à exploração, para viver uma vida de serviço aos
outros e em favor da legalidade e do bem comum”. “Quando uma pessoa descobre o verdadeiro
tesouro, abandona um estilo de vida egoísta e procura partilhar com os outros a caridade
que vem de Deus”:
“Quem se torna amigo de Deus, ama os irmãos, se empenha
em salvaguardar a vida e a saúde deles, também respeitando o ambiente e a natureza.
E isto é particularmente importante nesta vossa bela terra que exige ser tutelada
e preservada, exige ter a coragem de se dizer não a toda forma de corrupção e ilegalidade,
exige de todos serem servidores da verdade e de assumir em todas as situações o estilo
de vida evangélico que se manifesta na atenção ao pobre e ao excluído”.
Por
fim, o Papa Francisco encoraja a todos a viver a Festa da Padroeira Santa Ana – a
quem gosta de chamar de “a avó de Jesus - livres de todos os condicionamentos, reforçando
os vínculos de fraternidade e solidariedade.
Após a conclusão da Missa às
19h45min, o Papa retornou à Roma. (JE)