2014-07-26 18:50:19

Tutelar e preservar a natureza. Não a todas as formas de corrução e ilegalidade: Papa Francisco em Caserta, neste sábado


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Não podia ser mais simples – com dois momentos apenas - o programa da visita do Papa Francisco à cidade de Caserta, ao sul de Roma, perto de Nápoles: pouco depois da chegada, de helicóptero, vindo de Roma, o Papa teve um encontro com o clero da diocese, durante cerca de uma hora. Seguiu-se, às 18 horas, a Missa da festa de Santa Ana, padroeira local, no largo em frente ao famoso palácio real de Caserta.

Tendo lugar ao fim da tarde, os textos da missa, como mandam as regras litúrgicas, foram deste domingo. A homilia do Santo Padre centrou-se no Evangelho, em que Jesus conta duas parábolas, com referência à vida quotidiana das pessoas daquele tempo: a parábola do tesouro escondido no campo e a da pérola de grande valor. Em ambos os casos – fez notar o Papa Francisco - um mesmo sentimento: surpresa e alegria por encontrar a satisfação completa de todos os desejos.
Jesus conta estas duas parábolas para ensinar: - o que é o Reino dos céus, - como encontrá-lo, e - o que fazer para o possuir.
Na verdade – observou o Papa – Jesus não se preocupa em “explicar” o que é o Reino de Deus. Fala disso desde o início do Evangelho, insistindo que está “perto” e já “no meio” das pessoas…
O reino dos céus torna-se presente na própria pessoa de Jesus. É Ele o tesouro escondido, a pérola de grande valor.
Mas como é que se encontra o reino de Deus? – interrogou-se o Papa, logo sublinhando que há um percurso particular para cada um, às vezes longo, noutros casos de modo improviso. Seja como for, insistiu, “Deus faz-se encontrar, porque é Ele o primeiro a querer encontrar-se conosco; é Ele a procurar-nos…

(Ele) veio para ser o Deus conosco. É Ele que nos procura e se faz encontrar por aqueles que o procuram … E quando uma pessoa encontra Jesus, fica fascinado, conquistado, e é uma alegria deixar o habitual modo de vida, por vezes árido e apático, para abraçar o Evangelho, para nos deixarmos guiar pela lógica nova do amor e do serviço humilde e desinteressado.

Já a concluir a homilia, Papa Francisco interrogou-se sobre o que há a fazer para “possuir” o reino de Deus. Não basta o entusiasmo inicial da descoberta. Há que colocar Deus no primeiro lugar, na nossa vida, preferi-Lo acima de tudo…
Quando uma pessoa descobre a Deus, o verdadeiro tesouro, abandona um estile de vida egoísta e procura partilhar com os outros a caridade que vem de Deus.
Neste contexto, o Papa fez uma referência à situação concreta vivida naquela zona italiana, em que o tratamento inadequado de resíduos tóxicos contamina as terras agrícolas e o próprio ar, causando nos habitantes sérios problemas de saúde…

Quem se torna amigo de Deus, ama os irmãos, empenha-se em salvaguardar a vida e a saúde de todos, respeitando o ambiente e a natureza. Isto é particularmente importante nesta vossa bela terra, que precisa de ser tutelada e preservada. O que requer coragem de dizer não a todas as formas de corrução e de ilegalidade, exige que todos sejam servidores da verdade e assumam em todas as situações um estilo evangélico, que se manifesta no dom de si e na atenção ao pobre e ao excluído.

Também na oração dos fiéis, se rezou pela terra de Caserta, “Campania felix”, “Terra de Trabalho”:
Que se recupere, com renovado empenho da parte de todos, o dom natural dos seus perfumes e sabores inimitáveis, entregando às gerações imediatamente futuras um território tutelado pela sua fertilidade, liberto de todos os abusos e interesses míopes.

Rezou-se também pela paz, com o que poderá ter sido uma discreta alusão à tragédia que se vive neste momento na Faixa de Gaza, no Iraque, na Síria e em tantas outras situações bélicas.
Pela paz: para que seja sincera e motivada pela benévola paixão por cada sujeito humano, obra maravilhosa das mãos de Deus. Da parte de todos os que detêm o poder institucional, que a paz não seja estabelecida no campo de batalha, entre carnífices e vítimas, entre fortes e débeis, entre potentes e pobres. Sobre tudo, vença a correta consciência humana e social, no discernimento objectivo da verdade.








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