Damasco (RV) – Um míssel lançado de um avião atingiu em 20 de julho passado
o convento franciscano de Yacoubieh, Síria, um povoado próximo à fronteira com a Turquia,
sem causar vítimas. A edificação dos Frades Menores da Custódia da Terra Santa ficou
bastante danificado, informou o Custódio da Terra Santa, Padre Pierbattista Pizzaballa.
O
Custódio acrescentou que o “Padre Dhiya Azziz quase foi atingido, recebendo apenas
algumas feridas na testa. Providencialmente não estava no seu quarto que ficou completamente
destruído. Rezemos por ele, pelos habitantes de Yacoubieh e Knaieh, pelo Padre Hanna
e pela paz na Síria e em todo o Oriente Médio incendiado”.
A notícia do ataque
foi publicada na terça-feira, 22, na revista online da Custódia de Terra Santa, terrasanta.net,
acompanhada por algumas imagens do que restou do convento e por alguns testemunhos
de pequenos gestos de solidariedade e amizade por parte de fiéis de diferentes religiões,
que continuam a repetir-se não obstante a grande desorientação criada pelo conflito
que dura já três anos.
Em Yacoubieh se encontra um dos 4 Centros de acolhida
criados pela Custódia da Terra Santa, e que diariamente acolhe 200 pessoas e provê
às necessidades de mais de 4 mil. Padre Azziz é um dos freis remanescentes na Síria
para ajudar a população - não somente cristã - à resistir e não abandonar suas próprias
casas.
“A Síria é um país devastado, não existe mais nada, as pessoas estão
no limite das forças”, declarou Frei Simon Herro, responsável pela Região São Paulo
da Custódia da Terra Santa. “Há um mês caiu um morteiro sobre a cabeça de uma criança
de 5 anos, que vinha ao nosso catecismo. As escolas funcionam pouco e diversas zonas,
entre as quais Aleppo, estão sem água há semanas. Por sorte o nosso Convento possui
4 poços, assim temos capacidade de fornecer água à população. Nós, frades, queremos
permanecer, não obstante os deslocamentos sejam sempre mais perigosos. Na semana passada
um jovem frei ficou vivo por milagre. Um morteiro caiu muito próximo a ele, mas por
sorte não explodiu. Devemos permanecer, pois estando nesta terra antes que o conflito
tivesse iniciado, temos capacidade de fazer chegar ajuda à população. Operamos a partir
dos Conventos e dos Centros de acolhida que criamos, graças às doações que nos chegam
do Ocidente por meio da Associação pró-Terra Sancta. Sem estas ajudas, a população
não teria como sobreviver”. (JE)