Cardeal Koch: os cristãos devem ser mais corajosos
Cidade do Vaticano (RV) – “Precisamos ser mais corajosos em denunciar as perseguições
contra os cristãos, porque hoje temos mais perseguições do que nos primeiros séculos
depois de Cristo”: é o que afirma, em entrevista ao jornal vaticano L’Osservatore
Romano, publicada no último fim de semana, o Cardeal Kurt Koch, Presidente do Pontifício
Conselho para a Unidade dos Cristãos, vendo nisto também uma possível motivação de
maior convergência no âmbito ecumênico com as outras Igrejas cristãs.
“Calcula-se
- explica Dom Koch - que 80% das pessoas perseguidas por causa de sua fé são cristãs.
Acredito que nós estamos calados demais”. De acordo com o purpurado, “todas as comunidades,
todas as Igrejas tem seus mártires. O sangue não divide, mas une. Na Igreja antiga
se dizia que os mártires são semente de novos cristãos. Hoje podemos dizer que os
mártires são a semente do ecumenismo e da unidade para a futuro”.
Em continuidade
com São João Paulo II, acrescenta Dom Koch, “o Papa Francisco fala de ecumenismo do
sofrimento. Este é o alicerce mais profundo e espiritual do compromisso ecumênico.
Isto é válido, sobretudo, nos Países de origem do cristianismo, no Oriente Médio,
onde os cristãos fogem, são obrigados a sair, porque se continuam aí são mortos”.
“É triste ver como só as estruturas vazias continuam e não os homens. E se isto acontecer
perderemos muito. Mas vejo também sinais positivos: em algumas áreas, como a Síria,
a perseguição está unindo os cristãos”, concluiu o cardeal suíço. (SP)