Sydney: Transplante de medula óssea cura dois homens com HIV
Melbourne (RV) - Teve início neste domingo, 20 de julho, em Melbourne, na Austrália,
e prossegue até sexta-feira, 25, a 20ª edição da Conferência Internacional sobre AIDS.
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depois da abertura da conferência, que reúne 12 mil delegados de 200 países, veio
de Sydney uma notícia de grande importância médica e clínica. Dois australianos soropositivos
e cancerosos, após um transplante de medula óssea, no Hospital São Vicente, ficaram
livres do vírus HIV com o qual lutavam há anos.
Um dos dois pacientes, afetado
por linfoma de Hodgkin, recebeu um transplante de medula óssea, em 2010, de um doador
que tinha duas possíveis cópias de um gene que oferece proteção contra o HIV. O segundo
paciente, que recebeu uma medula óssea normal, em 2011, para tratar a leucemia mielóide
aguda, ficou livre do HIV, embora não tendo nenhuma imunidade genética conhecida.
Os
dois pacientes, que continuam a terapia antirretroviral por motivos de cautela, parecem
ser a segunda e a terceira pessoa no mundo que combateram o HIV, depois do caso do
estadunidense tratado com sucesso, em Berlim, entre 2007 e 2008.
Segundo os
pesquisadores do hospital de Sydney, onde os pacientes foram tratados, os transplantes
de células-tronco adultas terão uma função crescente no tratamento do HIV. O diretor
do hospital, Sam Milliken, destacou que "nesta fase, esta forma de tratamento ainda
é muito perigosa para tratar pacientes que possuem somente o HIV". "Todavia", admitiu,
"existe um potencial para usar os transplantes de forma eficaz contra o HIV no futuro".
Os
participantes da 20ª Conferência Internacional sobre AIDS fizeram um minuto de silêncio
em homenagem aos pesquisadores que morreram na tragédia do voo MH17, da Malaysia Airlines,
abatido na Ucrânia.
Dentre os 298 mortos, estava o pesquisador holandês Joep
Lange, ex-presidente da Sociedade Internacional de AIDS, reconhecido mundialmente
por seus esforços para que os remédios contra o HIV chegassem aos países e localidades
mais pobres. O pesquisador estava envolvido com o estudo da doença desde o princípio
da epidemia, no início de 1980. (MJ)