2014-07-21 17:44:20

Patriarca Younan: em Mossul não há mais cristãos


Cidade do Vaticano (RV) – Cada vez mais dramática a situação dos cristãos no Iraque. A sede da Igreja sírio-católica de Mossul foi queimada por extremistas islâmicos do Isil. A denúncia é do Patriarca da Igreja católica síria, Ignace Joseph III Younan. O patriarca encontrou na manhã do último sábado, no Vaticano, o Arcebispo Dom Dominique Mamberti, Secretário para as Relações com os Estados. Papa Francisco está seguindo com grande preocupação e proximidade a situação no Iraque, onde a comunidade cristã corre o risco de desaparecer. Em Mosul não há mais cristãos após 2 mil anos de história.

Eis a declaração do Patriarca Younan aos microfones da Rádio Vaticano:

R- “As últimas notícias são desastrosas. Infelizmente repetimos o que sempre dissemos: não se deve misturar religião com a política. Se existem inimizades entre xiitas e sunitas, e não se existem outras coisas mais, isto não deve ser absolutamente uma razão para atacar inocentes cristãos e outras minorias em Mossul e outros lugares. Nem é um motivo para destruir lugares de culto, igrejas, bispados, paróquias, por parte da chamada organização terrorista que não ouve a razão e não se incomoda com a consciência. Nós com pesar temos que afirmar que a nossa cúria em Mossul foi totalmente queimada: manuscritos, biblioteca... E já ameaçaram que, se não se converterem ao islã, todos os cristãos serão mortos. É terrível. Esta é uma vergonha para a comunidade internacional!”.

P. Há ainda cristão em Mossul?
R. Não existem mais. Havia uma dezena de famílias que foram obrigadas a fugir na última sexta-feira. Elas foram deixadas na saída da cidade, mas lhe roubaram tudo; foram insultadas, deixaram elas ali, em pleno deserto. Infelizmente a situação é essa.

P- Quais são as condições neste momento desses cristãos que fugiram?
R. – Eles encontraram refúgio no Curdistão, onde foram acolhidos, mas o primeiro-ministro do Curdistão disse que não pode mais receber refugiados porque há também outras minorias, os xiitas, os yazidas... que fugiram para o Curdistão. É uma coisa terrível.

P. – Como podem ser detidos esses integralistas islâmicos?
R. – A ajudas financeiras devem ser suspensas. E quem eles recebem as armas? Dos países integralistas do Golfo, com o beneplácito de políticos ocidentais, porque tem interesse no seu petróleo. É assim, uma vergonha!

P. – Quale é o seu apelo?
R. – Pedimos à comunidade internacional que seja fiel aos princípios dos direitos humanos, da liberdade religiosa, da liberdade de consciência. Nós estamos no Iraque, na Síria e no Líbano; nós cristãos não fomos importados, estamos aqui há milênios e, portanto, nós temos o direito de sermos tratados como seres humanos e cidadãos desses países. Ele nos perseguem em nome da sua religião; e não fazem somente ameaças mas cumprem as suas ameaças: queimam e matam. (SP)







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