Papa Francisco durante o Angelus: "a violência vence-se com a paz!"
Aos milhares
de fiéis reunidos na Praça de S. Pedro para a oração mariana do Angelus o Papa, na
sua reflexão neste XVI Domingo do Tempo comum, falou da parábola da boa semente e
do joio, uma parábola que enfrenta o problema do mal no mundo pondo em evidência a
paciência de Deus. A cena – explicou o Papa – tem lugar num campo onde o proprietário
semeia o trigo mas numa noite chega o inimigo e semeia a cizânia. Os servos queriam
arrancar imediatamente a erva daninha mas o proprietário disse que não, para que não
suceda que, arrancado o joio se arranque também o trigo. E sobre o significado da
parábola disse o Papa:
O ensinoda parábolaé duplo. Antes de tudo,ela
nos diz que omal que existe no mundonão
vem deDeus, mas doinimigo,
o Maligno. Este inimigoé astuto:
semeou omal nomeio
dobem,de modo que éimpossível para nós homens separá-los claramente;
mas Deus,no fim dos tempos,
poderá fazê-lo.
O segundo tema, continuou o Papa é o
da contraposição entre a impaciência dos servos e a espera paciente do proprietário
do campo, que representa Deus. Nós por vezes temos pressa de julgar, classificar,
colocar aqui os bons e para lá os maus …
Mas Deussabe
esperar. Eleolha para o"campo"da vida de cada pessoa
com paciência emisericórdia:
ele vêmuito melhor do quenósa sujeirae
o mal,mastambém vê
os germes do bem e espera com confiança que amadureçam.Deusé paciente, sabe esperar.
Para
o Papa Francisco a atitude do proprietário é a da esperança fundada na certeza de
que o mal não tem nem a primeira nem a última palavra. E é graças a esta esperança
paciente de Deus que a própria cizânia se pode tornar, ao fim, bom trigo. Mas também
advertiu:
Mas cuidado:A paciência evangélica
nãoé indiferençaao mal;
não se pode fazerconfusão entreo bem e o mal! Diante da cizânia presentes
no mundo, o discípulo do Senhor é
chamado a imitara paciênciade
Deus, e a alimentar a esperançacom
o apoio deuma fé inabalávelnavitória finaldo bem,queé Deus.
No dia da colheita final, disse ainda o Papa,
o juiz será Jesus, aquele que semeou a boa semente e se tornou ele mesmo o "grão de
trigo", que morreu e ressuscitou. E nós todos seremos julgados com a mesma medida
com a qual teremos julgado os outros. E o Papa terminou invocando a Virgem Maria para
que nos ajude a crescer na paciência, esperança e misericórdia.
Depois do Angelus
o Papa manifestou uma vez mais profunda preocupação pela situação dos cristãos no
Iraque e Médio Oriente em geral:
Soube com preocupaçãoas notícias que chegamdas comunidadescristãs emMosul(Iraque)
eoutras partesdo Médio Oriente,
onde eles viveram desde o iníciodo cristianismo,
com os seus concidadãos, oferecendo um significativo
contributo ao bem da sociedade. Hoje são perseguidos, os nossos irmãos,
são mandados embora, devem deixar as suas casas sem ter a possibilidade de levar nada
consigo. Asseguro a estas famílias e a estas pessoas a minha proximidade e a minha
constante oração. Caríssimos irmãos e irmãs, tão perseguidos, eu sei quanto sofreis,
eu sei que sois despidos de tudo, , estou convosco na fé naquele que venceu o mal.
E a vós aqui na Praça, e a todos os que nos seguem … convido-vos a recordá-los
na oração. Vos exorto também aperseverar
na oraçãopelas situaçõesde
tensão e conflitoque persistemem
diversas partesdo mundo, especialmenteno Médio Orientee na Ucrânia.
Que o Deus da pazinspireem todos um autêntico desejode diálogo ereconciliação.A violêncianão se vence com a violência.A violência
vence-se com a paz!
E por último o Papa saudou cordialmente
a todos os peregrinos, vindos da Itália e de outros Países, tendo desejando a todos
bom domingo e bom almoço.