Nota do Padre Lombardi sobre o encontro entre o Papa e jornalista italiano
Cidade do Vaticano - (RV) - No jornal italiano “La Repubblica” deste domingo
13, está publicado o resumo de uma nova "entrevista" assinada por Eugenio Scalfari,
editor do periódico, com o Papa Francisco. O Diretor da Sala de Imprensa da Santa
Sé, Padre Federico Lombardi, emitiu uma nota esclarecendo algumas questões. ERle informa
que a conversa foi cordial e muito interessante e abordou principalmente os temas
do flagelo dos abusos sexuais a menores e a atitude da Igreja para com a máfia. "No
entanto, como anteriormente e em circunstâncias semelhantes, é necessário salientar
que o que Scalfari atribui ao Papa, referindo entre aspas as suas palavras, é fruto
da sua memória de jornalista especialista, mas não de transcrição exata de uma gravação
e muito menos de revisão por parte do interessado, a quem as afirmações são atribuídas,"
reforça Padre Lombardi.
Ele acrescenta que "não se pode e não se deve, portanto,
falar de algum modo de uma entrevista, no sentido habitual do termo, como se fosse
uma série de perguntas e respostas que refletem fielmente e com certeza o pensamento
exato do interlocutor. Se, portanto, se pode assumir que no conjunto o artigo relata
o sentido e o espírito do encontro entre o Santo Padre e Scalfari, deve-se reiterar
fortemente o que já havia sido dito em uma “entrevista” anterior que apareceu no jornal
La Repubblica, isto é, as expressões individuais referidas, na formulação dada, não
podem ser atribuídas com certeza ao Papa."
Por exemplo e, em particular, diz
Padre Lombardi, "isso se aplica a duas afirmações que atraíram muita atenção e que,
pelo contrário, não se devem atribuir ao Papa, ou seja, que entre os pedófilos existam
“cardeais” e que o Papa tenha afirmado com certeza, a propósito do celibato, “encontrarei
as soluções.” No artigo publicado no La Repubblica estas duas afirmações são claramente
atribuídas ao Papa, mas – curiosamente – as aspas são abertas antes, mas depois não
estão fechadas. Simplesmente faltam as aspas de fechamento...Esquecimento ou reconhecimento
explícito de que se está a fazer uma manipulação para os leitores ingênuos?" (EF)