CNBB: Comissão para a Juventude convida a celebrar um ano da JMJ no Rio de Janeiro
Brasília (RV) - O Presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude
da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Eduardo Pinheiro da Silva,
em sua carta mensal sobre a evangelização da juventude convida a Igreja a comemorar
um ano da realização da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) Rio2013. Dom Eduardo,
que é Bispo Auxiliar de Campo Grande (MS), também destaca a necessidade do acompanhamento
aos jovens, feito por adultos, chamado de ministério da assessoria. Ele lembra que
esta é uma das urgências apontadas no Encontro de Revitalização da Pastoral Juvenil
no Brasil, que se realizou em dezembro de 2013. O Bispo dá sugestões para suprir
a carência na "quantidade e na qualidade" de acompanhantes e de assessores. "O clamor
dos jovens por assessoria não pode ser mais ignorado ou minimizado. Que o nosso amor
afetivo a eles potencialize nosso amor efetivo, encontrando soluções criativas para
atender a esta urgência!", alerta. Confira o texto na íntegra: Caros párocos
e demais responsáveis pela evangelização da juventude no Brasil“Enquanto
conversavam e discutiam, o próprio Jesus se aproximou e começou a caminhar
com eles.” (Lc 24,15)Somos, hoje, estes “discípulos de Emaús” do Evangelho
de Lucas, alcançados diariamente pelo Senhor que nos orienta e nos fortalece no caminho...
e no caminhar! É o Mestre que vem ao encontro da realidade dos seus discípulos, como
fiel Acompanhante e exímio Assessor! Revigora nossas forças e nos enche de alegria,
como fez ao nos proporcionar a JMJ Rio 2013, cuja festa de um ano celebramos neste
mês de julho. Elevamos aos céus uma grande Ação de Graças pelos frutos que a Jornada
nos tem, ainda hoje, nos proporcionado: são inúmeros, como “as areias das praias do
mar” (Gn 22,17)! Parabéns a todos aqueles, adultos e jovens, que não só acreditaram
e se envolveram com este presente de Deus, mas aproveitaram para renovar seu amor
à Igreja e seu compromisso pela causa juvenil. O entusiasmo de muitos jovens nestes
últimos tempos tem gritado aos nossos ouvidos, suplicando-nos a existência de mais
adultos capacitados para acompanhá-los em sua busca de crescimento como discípulos
missionários de Jesus Cristo. Eles, também, são aqueles “discípulos de Emaús” abertos
a nós, adultos, que aceitamos ser embaixadores do Ressuscitado em suas vidas. Vamos
festejar este 1º ano de Jornada (cf. sugestão no site www.jovensconectados.org.br)
comprometendo-nos a encontrar e capacitar mais adultos para o ministério da assessoria!
Estamos convictos de que “na evangelização da juventude a assessoria deve constituir
uma preocupação cuidadosa por parte de toda a Igreja, em todos os níveis”, mas
é lamentável constatar que “a dificuldade principal para evangelizar as novas gerações”
tem sido “a falta de pessoas com perfil adequado para este ministério. [...] Chama
atenção a ausência de padres que abracem um trabalho de acompanhamento sistemático
dos jovens. Os religiosos e leigos também estão muito distantes.” E queremos mais:
queremos “resgatar no coração de todos a paixão pela juventude” (Doc 85, nos
203-205)! Quando uma pessoa, um ministro de Deus, um consagrado está apaixonado
pelos jovens, ele é capaz de investir, de descobrir novos caminhos, de orientar com
competência a vida das novas gerações a ele confiadas. Sem esta “paixão” não há solução!
Em grande parte, a causa dos problemas dos jovens não está nos próprios jovens. Está
em nós e em nossas estruturas que não os acompanham adequadamente nem valorizam seu
protagonismo juvenil. O Encontro de Revitalização da Pastoral Juvenil no Brasil,
acontecido em dezembro passado à luz do Documento 85 da CNBB, destacou a 6ª. Linha
de Ação – MINISTÉRIO DA ASSESSORIA – como uma de suas urgências pastorais.
E definiu, assim, para os próximos anos, as duas PISTAS DE AÇÃO: 1. criar
equipe de assessores em rede, garantindo a articulação, a capacitação, a animação
e a formação contínua para assessores e acompanhantes; 2. disponibilizar
assessores como opção efetiva pelas juventudes.
Estas duas urgências
nos chamam a atenção tanto para a capacitação dos vários assessores já existentes,
quanto para a descoberta de novos adultos com perfil para esta missão. Onde já existam
pessoas envolvidas neste serviço é necessário criar situação de encontro entre elas
para a melhoria deste trabalho eclesial. Onde isto ainda não acontece, é necessário
um posicionamento mais consciente e concreto que garanta convites explícitos e envolvimento
de outras pessoas mais liberadas. O clamor dos jovens por assessoria não pode ser
mais ignorado ou minimizado. Que o nosso amor afetivo a eles potencialize nosso amor
efetivo, encontrando soluções criativas para atender a esta urgência! Será que
ainda não estamos suficientemente sensíveis aos sinais esperançosos de nossos jovens?
Temos menosprezado a força juvenil diante dos desafios desta mudança de época? Os
sinais dos tempos trazidos de maneira intensa pelos jovens são acolhidos e refletidos
em nossos ambientes paroquiais e espaços comunitários? O distanciamento de tantos
jovens que já estiveram conosco um dia (grupos, movimentos, catequese) não têm mais
nos incomodado? Aos que têm apostado na juventude a Igreja agradece: “Obrigado
aos irmãos bispos, aos sacerdotes, aos seminaristas, às pessoas consagradas e aos
fiéis leigos que acompanham aos jovens (...) em sua peregrinação a Jesus” (Francisco,
JMJ Rio, 25/07/2013). Há tantas coisas que podemos fazer para suprir a carência
na quantidade e na qualidade de acompanhantes e de assessores das novas gerações!
Eis algumas sugestões: 1) definir em cada paróquia um casal (adulto ou jovem-adulto)
que se responsabilize de maneira prioritária pela evangelização da juventude local; 2)
promover anualmente um encontro dos responsáveis paroquiais das juventudes:
assessores, catequistas, educadores, consagrados/as, pais e adultos ligados à Pastoral
Familiar, Pastoral da Educação, Pastoral Vocacional, etc.; 3) criar e acompanhar
a rede de assessores de jovens, para um melhor serviço a eles; 4) averiguar
se os adultos que acompanham os jovens estão capacitados em: processo de educação
na fé, projetos pessoais e grupais, cultura juvenil, espiritualidade, teologia etc.; 5)
repassar material específico para a formação dos adultos, como, por exemplo
os publicados pela CNBB: Documento 85, Estudos 76, Estudos 103, “Aos Jovens com
Afeto”, Texto-base da CF 2013,“Civilização do Amor – projeto e missão” (CELAM); 6)
investir nos assessores para que participem dos espaços formativos oferecidos
pela CNBB (Curso EAD de Capacitação para Acompanhantes de Adolescentes e Jovens:
; Capacitação de Assessores: www.jovensconectados.org.br) e por aqueles Centros e
Institutos que servem à Igreja nesta missão; 7) garantir que em cada grupo, movimento,
atividade juvenil haja sempre a presença acolhedora, educativa e capacitada
de assessores adultos; 8) descobrir e convidar novos assessores para exercerem
este delicado e urgente ministério junto aos jovens e aos seus grupos; 9) liberar
osassessores de jovens de outros encargos na paróquia; 10) garantir
a estabilidade do assessor escolhido bem como a sua substituição periódica,
evitando, com isto, tanto as mudanças frequentes, quanto a permanência por longo tempo. Assessorados
por Deus que prometeu estar conosco “até o fim dos tempos” (Mt 28,20), sintamo-nos
comprometidos com a qualidade de vida de nossos jovens. Peçamos, portanto, ao Espírito
Santo, sabedoria, ternura e criatividade aos pais junto aos seus filhos, aos professores
com seus alunos, aos catequistas no meio dos catequizandos, aos párocos e consagrados
entre os jovens. Maria, que acompanhou do começo ao fim seu Filho, nos ensine,
no meio dos jovens, a acolhê-los por vocação, a abraçá-los com carinho, a atendê-los
em suas necessidades, a preocuparmo-nos quando eles ignoram nossos cuidados, a provocá-los
à maturidade da missão, a acompanhá-los em sua via-sacra cotidiana, a chorar suas
dores e sua morte, a permanecer fiel a eles mesmo quando não sabemos o que fazer aos
pés da cruz, a acreditar em seus sonhos de vida nova e na sua capacidade de transformação. Grande
abraço, queridos apaixonados e apaixonadas pela nossa juventude! Dom Eduardo
Pinheiro da Silva, sdb Presidente da Comissão Episcopal Pastoral
para a Juventude da CNBB