Papa anulou a visita prevista esta tarde ao Hospital Gemelli da Universidade Católica
Neste dia
em que a Igreja celebra a solenidade litúrgica do Sagrado Coração de Jesus, estava
prevista a visita do Papa Francisco ao Hospital universitário, policlínico, Agostino
Gemelli, da Universidade Católica Italiana, nos 50 anos da respectiva fundação, dedicada
precisamente ao Coração de Jesus. A chegada do Papa estava prevista para as 15.30.
Pouco depois das 16 foi anunciado que "em razão de uma imprevista indisposição, o
Santo Padre não se desloca hoje à tarde ao (Hospital) Gemelli para a anunciada visita".
Foi também anunciado que o Cardeal Scola (Presidente do Instituto Toniolo, da qual
depende a Universidade Católica) "celebrará a Missa e pronunciará a homilia preparada
pelo Santo Padre".
"Estamos contentes
de acolher o Papa Francisco na sede romana da Universidade Católica, declara D. Claudio
Giuliodori, Capelão Geral da Universidade Católica do Sagrado Coração. Esta visita
dá continuidade à profunda ligação entre os papas e a Faculdade de Medicina e Cirurgia,
fundada em 1961". O Hospital Gemelli é expressão dos "melhores conhecimentos
no campo da saúde como resultado da formação universitária. Hoje é uma grande realidade
hospitalar, mas não devemos esquecer que no seu "DNA " tem a tarefa de formar os médicos
com um perfil de serviço ao doente e à sua dignidade. A atitude é a de absoluto respeito,
acolhimento e serviço ao doente, no respeito do valor da vida". "Obviamente há
também a dimensão da investigação científica que tem como objectivo encontrar as melhores
soluções para acompanhar o paciente na doença". "Na procriação - continua D. Claudio
Giuliodori - o empenho é de acompanhar o desejo de maternidade, mas sem alterar o
processo natural, simplesmente apoiando-o e acompanhando-o com todas aquelas inovações
e técnicas disponíveis, evitando contudo de se fazer donos da vida. Como usar os embriões
para a pesquisa, para a experimentação, para a selecção: tudo isto está fora da ação
do Policlínico". "Do mesmo modo com a situação do fim da vida", onde o empenho é de
discernir entre a intervenção necessária e a obstinação terapêutica. "De facto, o
Hospital e a Faculdade - prossegue D. Giuliodori - devem ser protagonistas do verdadeiro
bem do doente e da sua dignidade, respeitando o Magistério da Igreja". A nível
administrativo, em relação aos anos anteriores, o sistema sanitário nacional mudou.
"Nos últimos anos apareceram claramente algumas dificuldades, particularmente para
a Região Lácio. Mas hoje, com o empenho de todos, as autoridades públicas e a administração
do Hospital, conseguiu-se sanar os balanços que nos últimos três anos têm fechado
sem défice. Permanece o problema de alguns contenciosos do passado que deverão ser
esclarecidos e resolvidos, para dar plena e total serenidade ao trabalho da Faculdade
e do Policlínico". Finalmente a objecção de consciência. "É um direito fundamental,
continua o Capelão, onde procedimentos e detalhes legislativos, por vezes, gostariam
de colocar acções contrárias ao tema da vida humana". "Não se pode pedir a um médico
para fazer intervenções contrárias à sua deontologia. Seria uma violência à consciência
do médico, impor por lei o que não pode ser imposto eticamente, com perfis contra
o bom e o valor da vida, que sempre deve ser tutelada e defendida ".