"Quem julga o próximo toma o lugar de Deus", diz Francisco na missa da manhã
Cidade do Vaticano (RV) – “Quem julga o irmão erra e será julgado do mesmo
modo. Deus é ‘o único juiz’ e quem é julgado pode sempre contar com o primeiro defensor,
Jesus, e com o Espírito Santo”. Este foi o teor da homilia na missa celebrada pelo
Papa na capela de sua residência na manhã desta segunda-feira, 23.
Quem julga
o irmão é hipócrita, usurpa um lugar e um papel que não lhe compete e é um perdedor,
porque terminará sendo vítima de sua própria falta de misericórdia. Depois de ler
o trecho do Evangelho de Mateus sobre o cisco e a trave no olho, o Papa disse que
“a pessoa que julga erra, se confunde e é derrotada, porque assume o papel de Deus,
que é o único juiz”.
“Fica tão obcecada pela pessoa que quer julgar que
o seu cisco não o deixa dormir, e não percebe a trave que tem em si. Confunde, acredita
que a trave seja o cisco. Quem julga acaba mal porque a mesma medida será usada para
julgá-la. O juiz que toma o lugar de Deus aposta em uma derrota: é soberbo e será
julgado com a mesma medida com a qual julga”.
“Jesus, diante do Pai,
nunca acusa! Ao contrário, defende! É o primeiro paráclito. Depois, nos envia o segundo,
que é o Espírito. Diante do Pai, ele nos defende das acusações, que na Bíblia, é o
demônio satanás. Jesus julgará, sim: no fim do mundo; mas neste meio tempo, intercede,
defende..."
Concluindo, quem julga – afirmou o Papa – “é um imitador do
príncipe deste mundo, vai sempre atrás das pessoas para acusá-las diante do Pai”.
“Que o Senhor – concluiu – nos dê a graça de imitar Jesus defensor, advogado nosso
e dos outros, e de não imitar o outro, que quer nos destruir”:
“Se quisermos
percorrer o caminho de Jesus, temos que defender os outros diante do Pai. Rezar por
ele. Lembremo-nos disso, nos fará bem na vida de todos os dias, quando ficamos com
vontade de julgar os outros ou de falar mal, que é uma forma de julgar”.