Criação: o maior presente de Deus para o homem, afirma o Papa na Audiência Geral
Cidade do Vaticano
(RV) – Mais de 70 mil pessoas participaram da Audiência Geral esta manhã com o
Papa Francisco.
O Pontífice fez seu ingresso na Praça S. Pedro a bordo do seu
jipe aberto, percorrendo-a para saudar os fiéis que, entusiastas, acenam para o Santo
Padre.
Em sua catequese, Francisco prosseguiu sua série sobre os sete dons
do Espírito Santo falando desta vez sobre a ciência.
“Quando se fala em
ciência, o pensamento vai imediatamente à capacidade do homem de conhecer sempre melhor
a realidade que o circunda e de descobrir as leis que regulam a natureza e o universo.
Todavia, a ciência que vem do Espírito Santo não se limita ao conhecimento humano:
é um dom especial que nos leva a entender, através da criação, a grandeza e o amor
de Deus e a sua relação profunda com cada criatura”, explicou o Papa.
Desse
modo, a ciência nos ajuda a não cair no risco de nos considerarmos senhores da criação:
ela nos foi entregue por Deus para que cuidemos dela e a utilizemos para benefício
de todos, com respeito e gratidão.
O dom da ciência nos ajuda ainda a olhar
as pessoas e as realidades que nos circundam sem as absolutizar, mas sabendo reconhecer
os seus limites e a sua orientação para Deus. Tudo isto é motivo de serenidade e de
paz, fazendo de nós Suas jubilosas testemunhas.
Quando criou o homem, Deus
viu que se tratava de algo “muito bom”. Aos olhos do Senhor, somos a coisa mais bela
da criação, estando até mesmo acima dos anjos.
“Somos superiores aos anjos,
como diz o Salmo 8”, afirmou o Papa, pedindo que agradeçamos ao Senhor por esta
predileção.
Predileção que, todavia, implica responsabilidade. O Papa insistiu
de modo especial sobre “este presente de Deus para o homem”, que é proteger a natureza.
“Mas quando nós a exploramos, destruímos o sinal de amor de Deus. Destruir
a criação é dizer a Deus: “Não gosto da natureza”, reafirmando o amor por nós mesmos.
“Eis o pecado”, advertiu o Papa. Cuidar da criação é cuidar do dom de Deus e é agradecer
a Ele por ter recebido esta incumbência.
“Esta deve ser a nossa atitude
em relação à natureza: protegê-la, caso contrário, a natureza nos destruirá. Não nos
esqueçamos disso.”
Francisco recordou um episódio que viveu no meio rural
com um senhor simples, que plantava flores.
“Este senhor disse que era
preciso proteger as coisas belas que Deus nos deu. Pois Ele perdoa sempre; os homens,
“de vez em quando”; mas a natureza, nunca. E se não protegermos a criação, ela nos
destruirá. Devemos refletir sobre isso e pedir ao Espírito Santo o dom da ciência
para entender bem que a criação é o presente mais belo de Deus, o presente para a
melhor das criaturas que Ele criou, que é a pessoa humana.”
Após a catequese,
Francisco saudou os vários grupos de peregrinos presentes na Praça. Aos de língua
portuguesa, disse:
“Saúdo os brasileiros vindos de Pouso Alegre, Campo Limpo
e São Paulo e demais peregrinos de língua portuguesa, desejando que esta peregrinação
a Roma fortaleça em todos a fé e consolide, no amor divino, os vínculos de cada um
com a sua família, com a comunidade eclesial e com a sociedade. Que Nossa Senhora
vos acompanhe e proteja!”
A colega Jacqueline Oliveira esteve na Praça e encontrou
peregrinos brasileiros. Ouça aqui: