2014-05-12 20:50:58

Card. Tauran na Jordânia: religiões promovam "pedagogia da paz"


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Amã (RV) - Trabalhar pela promoção de uma "pedagogia da paz": foi a exortação que o presidente do Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso, Cardeal Jean-Louis Tauran, dirigiu aos líderes religiosos.

O purpurado encontra-se desde esta segunda-feira na Jordânia, onde, na "Petra University" de Amã, participou de um seminário sobre o tema "religião e violência", voltado para a promoção do diálogo inter-religioso.

O seminário foi organizado pela Embaixada da Itália em Amã, pela Royal Institute for Interfaith Studies e pela delegação da União Europeia na Jordânia, em vista da visita do Papa ao país, no contexto da viagem apostólica de Francisco à Terra Santa, a realizar-se de 24 a 26 do corrente.

O seminário é subdividido em suas sessões: uma histórica e uma religiosa, e o Cardeal Tauran pronunciou-se nesta última, com uma reflexão intitulada "Religiões, sociedade e violência. Um olhar sobre causas e resultados. O papel dos líderes religiosos em favor da paz e da coesão social".

Em primeiro lugar, expressando "solidariedade e compaixão" pelo povo da vizinha Síria, "vítima não somente de violência armada, mas também de todo tipo de violação dos direitos fundamentais", o purpurado ressaltou "o importante papel desempenhado pelas religiões ao exortar as populações à paz" em nome da dignidade de cada um e da solidariedade.

Portanto, acrescentou, o compromisso comum em favor "da prevenção e da supressão da violência" é essencial, porque "a violência não é coragem, mas a explosão de uma fúria cega que degrada a pessoa" e que "é ainda mais perversa quando se dá em nome de Deus".

O que os líderes religiosos podem fazer em tal contexto? Em primeiro lugar, explicou o presidente do dicastério vaticano, é necessária a clareza:

"Nenhuma situação pode justificar o terrorismo" e é por isso que é preciso dedicar-se à "promoção de uma pedagogia da paz", ou seja, fazer a diplomacia e a política trabalharem, bem como fomentar a "busca da verdade e dos elementos comuns que pertencem à pessoa humana", "ensinar que pluralismo não é sinônimo de violência, mas pode ser fonte de enriquecimento recíproco", abrir o caminho para "a purificação da memória através do perdão e da reconciliação" e recordar que "é melhor ter uma paz difícil do que uma guerra vitoriosa".

Em relação à Igreja Católica, continuou o Cardeal Tauran, ela se aterá aos princípios das Bem-aventuranças, porque "é específico do cristão, em virtude de sua fé, ser submetido à violência e não aplicá-la ou provocá-la".

Aliás, acrescentou, "o cristão é chamado a superar todas as formas de violência e a ser testemunha de gentileza, generosidade e paz".

Certamente, evidenciou ainda o presidente do dicastério vaticano, "nem todas as religiões adotam a mesma posição em relação a questões como a guerra justa, a legítima defesa, a jihad, mas em geral todas elas são concordes em afirmar que a paz é um valor a ser respeitado e promovido" e que "a violência jamais é a resposta adequada às ofensas ou às injustiças" recebidas.

"Amizade e respeito por divergências e convergências são os únicos instrumentos para evitar destruição e morte", os únicos que "podem contribuir para a consolidação da justiça e da solidariedade no mundo", concluiu o Cardeal Tauran. (RL)







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