Papa aos novos sacerdotes: "Não tenham medo de perdoar demais!"
Cidade
do Vaticano (RV) – Na manhã deste domingo, às 9h30, horário de Roma, o Papa Francisco
presidiu na Basílica de São Pedro a Missa de ordenação de 13 presbíteros, dentre os
quais um brasileiro de 28 anos, Rodrigo Paiva dos Reis, da Diocese de Roma.
O Papa entrou na Basílica em procissão, atravessando a nave central com os concelebrantes,
dentre os quais, os bispos auxiliares de Roma. O Rito de Ordenação Presbiteral teve
início logo após a Liturgia da Palavra, com a apresentação, por parte do Cardeal-Vigário,
Agostino Vallini, e a eleição dos candidatos.
Em pé diante do Papa, os candidatos
ouviram a fórmula “Com o auxílio de Deus e de Jesus Cristo, nosso Salvador, escolhemos
este nosso irmão para a Ordem do Presbiterado”.
Dando sequência, Francisco
pronunciou a homilia ritual prevista no Pontifical Romano para a ordenação dos presbíteros,
integrando-a com alguns acréscimos pessoais.
Na sua breve reflexão, o Papa
falou aos fiéis sobre este momento forte na vida da comunidade; bem como sobre o sacramento
da Ordem Sacerdotal. Dirigiu-se aos ordenandos aconselhando-os e animando-os acerca
de seu futuro ministério.
“Serão anunciadores do Evangelho, pastores do
Povo de Deus e presidirão aos atos de culto, especialmente à celebração do Sacrifício
do Senhor”, advertiu, destacando que “em seu ministério de ensinar a Doutrina
sagrada, distribuirão a Palavra de Deus, mas devem sempre se lembrar que ela não é
de sua propriedade: é Palavra de Deus. E a Igreja é a guardiã da Palavra de Deus”.
Francisco ainda recordou: “Pelo Batismo, farão entrar novos fiéis no Povo de
Deus. Através do sacramento da Penitência, perdoarão os pecados em nome de Cristo
e da Igreja. E hoje, em nome de Cristo e da Igreja, eu lhes peço: por favor, não se
cansem de ser misericordiosos”.
A este ponto, acrescentou com palavras
suas: “Sofro muita dor quando encontro gente que não se confessa mais porque foi
repreendida, levou bronca do padre. È como se a igreja lhes batesse a porta na cara.
Não façam isso! Misericórdia, misericórdia!”, completou, dizendo ainda: “Se
lhes vier a dúvida de que estão perdoando demais, lembrem-se daquele padre que ia
ao tebernáculo e dizia: “Senhor, eu perdoei demais, perdoe-me, mas foi você que me
deu o mau exemplo!”.
Prosseguindo na homilia, Francisco recomendou-lhes
que “com alegria e caridade sincera, procurem agradar unicamente a Deus e não a
si mesmos; que sejam pastores, e não funcionários; mediadores, e não intermediários”.
Após a homilia, os eleitos, em pé, responderam às interrogações do Papa sobre
o desempenho da missão do sacerdote, o ministério da palavra, a celebração dos ministérios
de Cristo, a assiduidade ao dever da oração e a união com Cristo.
Depois de
responder “Quero”, os ordenandos se ajoelharam com as mãos postas entre as do Papa
e foram novamente interrogados: “Prometes respeito e obediência ao Bispo diocesano
e ao teu legítimo superior?”; “Prometo”, responderam, e o Papa concluiu: “Deus,
que te inspirou este bom propósito, te conduza sempre mais à perfeição”.
O
Pontífice convidou os presentes a rezarem a Deus Pai para que derrame sua graça sobre
os novos presbíteros. Os eleitos prostraram-se no chão, como sinal de sua total entrega
a Deus. Terminada a ladainha, com as mãos estendidas, Francisco rezou pedindo ao Senhor
que derrame sobre estes servos a bênção do Espírito Santo e a força da graça sacerdotal.
Em
seguida, de joelhos e em silêncio, o Papa impôs as mãos sobre suas cabeças, seguido
pelos presbíteros. No silêncio do coração, ele e todos os presbíteros presentes pediram
a Deus pelos ordenandos. Francisco fez uma oração citando as principais tarefas do
sacerdote, como a de ser, principalmente, colaborador do bispo, instrutor da fé e
divulgador da palavra de Deus.
Terminada a Prece de Ordenação, os novos presbíteros
vestiram a estola sacerdotal e a casula. Em seguida, o Papa ungiu a palma das mãos
dos ordenados com o óleo do santo Crisma. Alguns fiéis levaram o pão na patena, e
o vinho e a água no cálice, para a celebração da Missa.
O Papa os entregou
aos ordenados, ajoelhado, e disse: “Recebe a oferenda do povo para apresentá-la
a Deus. Toma consciência do que vais fazer e põe em prática o que vais celebrar, conformando
tua vida ao mistério da cruz do Senhor”.
Por fim, em sinal de acolhimento
aos neo-sacerdotes, o Papa abraçou um a um, e se abraçaram todos entre si.
Seguiu-se
a liturgia eucarística, e os ordenados exerceram, pela primeira vez o seu ministério,
concelebrando-a com o Papa. Ao término da celebração, Francisco estendeu suas mãos
sobre os ordenados e os fiéis, concedendo-lhes a sua benção. (CM)