2014-05-11 11:48:45

Papa aos novos sacerdotes: "Não tenham medo de perdoar demais!"


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Cidade do Vaticano (RV) – Na manhã deste domingo, às 9h30, horário de Roma, o Papa Francisco presidiu na Basílica de São Pedro a Missa de ordenação de 13 presbíteros, dentre os quais um brasileiro de 28 anos, Rodrigo Paiva dos Reis, da Diocese de Roma.

O Papa entrou na Basílica em procissão, atravessando a nave central com os concelebrantes, dentre os quais, os bispos auxiliares de Roma. O Rito de Ordenação Presbiteral teve início logo após a Liturgia da Palavra, com a apresentação, por parte do Cardeal-Vigário, Agostino Vallini, e a eleição dos candidatos.

Em pé diante do Papa, os candidatos ouviram a fórmula “Com o auxílio de Deus e de Jesus Cristo, nosso Salvador, escolhemos este nosso irmão para a Ordem do Presbiterado”.

Dando sequência, Francisco pronunciou a homilia ritual prevista no Pontifical Romano para a ordenação dos presbíteros, integrando-a com alguns acréscimos pessoais.

Na sua breve reflexão, o Papa falou aos fiéis sobre este momento forte na vida da comunidade; bem como sobre o sacramento da Ordem Sacerdotal. Dirigiu-se aos ordenandos aconselhando-os e animando-os acerca de seu futuro ministério.

Serão anunciadores do Evangelho, pastores do Povo de Deus e presidirão aos atos de culto, especialmente à celebração do Sacrifício do Senhor”, advertiu, destacando que “em seu ministério de ensinar a Doutrina sagrada, distribuirão a Palavra de Deus, mas devem sempre se lembrar que ela não é de sua propriedade: é Palavra de Deus. E a Igreja é a guardiã da Palavra de Deus”.

Francisco ainda recordou: “Pelo Batismo, farão entrar novos fiéis no Povo de Deus. Através do sacramento da Penitência, perdoarão os pecados em nome de Cristo e da Igreja. E hoje, em nome de Cristo e da Igreja, eu lhes peço: por favor, não se cansem de ser misericordiosos”.

A este ponto, acrescentou com palavras suas: “Sofro muita dor quando encontro gente que não se confessa mais porque foi repreendida, levou bronca do padre. È como se a igreja lhes batesse a porta na cara. Não façam isso! Misericórdia, misericórdia!”, completou, dizendo ainda: “Se lhes vier a dúvida de que estão perdoando demais, lembrem-se daquele padre que ia ao tebernáculo e dizia: “Senhor, eu perdoei demais, perdoe-me, mas foi você que me deu o mau exemplo!”.

Prosseguindo na homilia, Francisco recomendou-lhes que “com alegria e caridade sincera, procurem agradar unicamente a Deus e não a si mesmos; que sejam pastores, e não funcionários; mediadores, e não intermediários”.

Após a homilia, os eleitos, em pé, responderam às interrogações do Papa sobre o desempenho da missão do sacerdote, o ministério da palavra, a celebração dos ministérios de Cristo, a assiduidade ao dever da oração e a união com Cristo.

Depois de responder “Quero”, os ordenandos se ajoelharam com as mãos postas entre as do Papa e foram novamente interrogados: “Prometes respeito e obediência ao Bispo diocesano e ao teu legítimo superior?”; “Prometo”, responderam, e o Papa concluiu: “Deus, que te inspirou este bom propósito, te conduza sempre mais à perfeição”.

O Pontífice convidou os presentes a rezarem a Deus Pai para que derrame sua graça sobre os novos presbíteros. Os eleitos prostraram-se no chão, como sinal de sua total entrega a Deus. Terminada a ladainha, com as mãos estendidas, Francisco rezou pedindo ao Senhor que derrame sobre estes servos a bênção do Espírito Santo e a força da graça sacerdotal.

Em seguida, de joelhos e em silêncio, o Papa impôs as mãos sobre suas cabeças, seguido pelos presbíteros. No silêncio do coração, ele e todos os presbíteros presentes pediram a Deus pelos ordenandos. Francisco fez uma oração citando as principais tarefas do sacerdote, como a de ser, principalmente, colaborador do bispo, instrutor da fé e divulgador da palavra de Deus.

Terminada a Prece de Ordenação, os novos presbíteros vestiram a estola sacerdotal e a casula. Em seguida, o Papa ungiu a palma das mãos dos ordenados com o óleo do santo Crisma. Alguns fiéis levaram o pão na patena, e o vinho e a água no cálice, para a celebração da Missa.

O Papa os entregou aos ordenados, ajoelhado, e disse: “Recebe a oferenda do povo para apresentá-la a Deus. Toma consciência do que vais fazer e põe em prática o que vais celebrar, conformando tua vida ao mistério da cruz do Senhor”.

Por fim, em sinal de acolhimento aos neo-sacerdotes, o Papa abraçou um a um, e se abraçaram todos entre si.

Seguiu-se a liturgia eucarística, e os ordenados exerceram, pela primeira vez o seu ministério, concelebrando-a com o Papa. Ao término da celebração, Francisco estendeu suas mãos sobre os ordenados e os fiéis, concedendo-lhes a sua benção.
(CM)








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